CRISE HÍDRICA II

Especialista defende revisão no uso da água do São Francisco

As águas do Velho Chico são sinônimo de geração de energia desde a década de 50

Da editoria de economia
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Publicado em 14/05/2017 às 8:01
Foto: acervo da Chesf
As águas do Velho Chico são sinônimo de geração de energia desde a década de 50 - FOTO: Foto: acervo da Chesf
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A estiagem que atinge a região alimentadora do São Francisco e a diminuição do volume de água do rio fazem os especialistas defenderem uma mudança na prioridade do seu uso. “Por volta de 2008 e 2009, já discutíamos nas reuniões da Agência Nacional de Águas (ANA) alterar a utilização do São Francisco que está muito vulnerável. Hoje, a água é mais importante do que a energia”, diz o especialista em Recursos Hídricos e professor titular do Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Almir Cirilo.  As águas do Velho Chico são usadas para gerar energia desde a década de 50, quando a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) instalou a sua primeira hidrelétrica. 

E complementa: “o setor elétrico não pode gerar energia a vontade, mesmo que os reservatórios estejam cheios”. E complementa: “O mais importante é manter a água no rio e, para isso, poderiam ser construídas pequenas barragens de nível ao longo do São Francisco”. Em Pernambuco, cerca de 800 mil pessoas dependem da água do São Francisco para ter água nas suas torneiras.

“Numa crise hídrica como a atual, a prioridade da água do rio deve ser o abastecimento humano, mas quando os reservatórios estiverem cheios, o uso das hidrelétricas do São Francisco significa uma conta de luz mais baixa para todos”, explica o diretor de Operações da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique Franklin. Ele argumenta que não há risco de racionamento. porque as eólicas estão gerando e é possível trazer energia do Sudeste.

REVITALIZAÇÃO

Em agosto do ano passado,o presidente Michel Temer (PMDB) lançou o programa Novo Chico com a finalidade de revitalizar o São Francisco. Até agora foram realizadas ações pontuais e nenhum órgão do governo federal informou o total gasto nas iniciativas. “Não foi feito quase nada, porque faltou dinheiro. São ações de forma isolada e sem planejamento”, critica o vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), José Maciel Oliveira.

A entidade vai lançar uma Campanha Nacional em Defesa do São Francisco, no próximo dia 03 de junho para divulgar a necessidade de revitalizar o rio. Também vai realizar a 32ª plenária ordinária do seu colegiado no auditório do Golden Tulip, em Boa Viagem, no Recife, nas próximas quinta e sexta-feira para discutir a transposição e a escassez hídrica do Velho Chico.

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