O proprietário da tradicional rede Spettus, Julião Konrad, declarou ao Jornal do Commercio nesta segunda-feira (5) que deixou de usar em seus restaurantes toda gama de produtos da Holding J&F, que compreende marcas como Seara e Friboi. Por mês, a empresa comprava cerca de cinco toneladas de carne para abastecer todos as unidades. O boicote acontece há cerca de 15 dias e agora, os produtos estão sendo fornecidos por outro grupo.
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De acordo com Konrad, a medida foi tomada porque continuar comprando de marcas corrupta significa fomentar uma cultura de impunidade no Brasil. "Desde que este escândalo estourou, venho pensando no assunto, e decidi suspender a compra porque não quero compactuar com corruptos", aponta o empresário.
Ainda segundo ele, não houve pressão do consumidor, a medida partiu de uma política da própria Spettus.
Vale à pena boicotar produtos de marcas cuja ética é posta à prova? Veja o que dizem os especialistas.
OUTROS CASOS
A pizzaria norte-americana Domino's, a maior rede de entrega de pizzas do mundo, anunciou que não irá mais utilizar nenhum produto da marca JBS, envolvida em denúncias de corrupção. A empresa tem mais de 180 lojas no Brasil e mais de 10 mil estabelecimentos pelo mundo. No Grande Recife, são oito unidades.
Além da rede, o restaurante do tradicional Hotel Toriba, em Campos do Jordão (SP), passou a oferecer no cardápio após as delações de Joesley Batista um filé acompanhado de risoto de cogumelos batizado de Friboi Free. O prato foi criado especialmente para reforçar o protesto contra o grupo JBS, dono do frigorífico Friboi.
Outro estabelecimento que aderiu ao boicote foi a churrascaria Devons, uma das mais tradicionais de Curitiba. No dia 24 de maio, foi colocada uma faixa no local anunciando que o restaurantes não trabalharia mais com produtos da JBS.