Pernambuco deve crescer 1,7%, e o Brasil, 1,9%, em 2018. Essa é a previsão da Ceplan Consultoria Econômica e Planejamento apresentada a empresários durante evento do LIDE Pernambuco, nesta segunda-feira (25).
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Segundo o economista e sócio-diretor da Ceplan, Jorge Jatobá, o crescimento será puxado pelo desempenho das indústrias naval, automotiva, petroquímica e de petróleo e gás, além da melhora no setor de serviços. Já no Brasil, o motor de crescimento será a agropecuária, que terá participação de 6,4% no PIB de 2018.
Este ano, a economia já deu sinais positivos, como o crescimento de 2,3% do Estado no primeiro semestre deste ano, contra o mesmo período do ano passado, segundo estudo da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem).
“Investimentos atraídos para o Estado entre 2007 e 2014 começaram a maturar e a mostrar o resultado, como é o caso da Refinaria Abreu e Lima, em Suape, e a fábrica da Jeep, em Goiana. A nova base da economia pode atrair novos investimentos e adensar as cadeias recém-instaladas”, comenta Jatobá.
Aliado a isso, está um cenário nacional favorável que se desenha, com a queda de juros e da inflação e a retomada do nível de emprego, no nível nacional. O PIB nacional cresceu 1% e 0,2%, no primeiro e segundo semestre deste ano, respectivamente, após oito trimestres consecutivos de retração da atividade econômica, o que consolidou a saída da recessão técnica, por causa do aumento das exportações.
Ele ressalta, no entanto, que ainda é preciso avançar mais para estabelecer crescimento sustentável para o País e o Estado. As perspectivas positivas poderão se concretizar mediante melhora da situação fiscal, para a qual contribui a reforma da Previdência, além do avanço da discussão sobre reforma tributária e da situação política.
Em Pernambuco, os desafios são de superar a queda continuada da construção civil, manter o ajuste fiscal, além de combater o desemprego elevado, que continua crescendo e atingiu patamar de 18,8% no segundo trimestre de 2017, diferente do cenário nacional em que a taxa desacelerou, segundo o IBGE.
Retomar os investimentos também deve ser uma prioridade. Segundo a Ceplan, R$ 3 bilhões de investimentos foram paralisados ou cancelados entre 2014 e 2016, enquanto R$ 9,2 bilhões ainda estavam em andamento. Os desembolsos do BNDES em Pernambuco, em 2016, somaram R$ 1,76 bilhão, menos da metade de 2015 (R$ 4,38 bilhões).
O estudo mostra, ainda, que a ampliação do polo cervejeiro e as possibilidades de crescentes investimentos em energia alternativa, como solar e eólica, são novas oportunidades econômicas a serem potencializadas no Estado.