O Ministério de Minas e Energia (MME) criou um grupo de trabalho para buscar soluções e tentar resolver o déficit do parque de refino de petróleo e da produção petroquímica do Brasil. O grupo de trabalho vai definir diretrizes para estimular o investimento em refino com capital nacional ou internacional. A ampliação da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, está no radar do grupo. A Petrobras aposta em um parceiro para concluir a construção da segunda etapa do empreendimento, inaugurado em dezembro de 2014.
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No ano passado, o Brasil produziu 2,6 milhões de barris de óleo bruto por dia, mas a capacidade de refino das unidades da Petrobras é de 2,2 milhões de barris. O cenário tem feito com que o País se torne um exportador de petróleo e importador de derivados. O grupo – integrado por representantes do próprio MME, da Casa Civil da Presidência, dos ministérios da Fazenda, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, do Planejamento e do Meio Ambiente, além da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) – quer identificar, analisar e sugerir ações necessárias para incentivar investimentos.
O secretário de Petróleo, Gás e Combustíveis Renováveis do MME, Márcio Felix, diz que o ministério tem pressa na conclusão dos trabalhos. “A próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) será em junho, mas será realizado um encontro extraordinário em março para discutir as diretrizes do projeto. Temos urgência nisso, porque estamos falando de grandes investimentos e que levam tempo para iniciar a produção. Pernambuco está no centro dessa discussão, em função da Abreu e Lima e da PetroquímicaSuape, que está sendo comprada pela mexicana Alpec. A Rnest é uma refinaria mais moderna e com condições mais favoráveis para fazer uma ampliação”, aposta.
Segunda fase
Depois de inaugurar a primeira etapa de refino em 2014, a Petrobras anunciou que só vai concluir a segunda fase com um sócio, em função dos problemas de caixa que fizeram a estatal apostar num plano de desinvestimento. “Os investidores chineses são fortes interessados na Rnest, porque têm tecnologia, condições de financiamento e mercado consumidor. Mas além deles, o governo também está de olho nos coreanos e indianos”, adianta Félix.
Nos próximos 10 anos, a expectativa do Brasil é alcançar uma produção de 5,5 milhões de barris de petróleo, deixando o parque de refino ainda mais deficitário se não houver investimento. A situação se agravou com os projetos das refinarias premium do Ceará e do Maranhão, que ficaram pelo caminho.