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Festas VIPs viram negócio no Carnaval em Pernambuco

Opção para quem gosta de conforto e tratamento premium, festas privadas movimentam milhões de reais e geram empregos durante Carnaval

Da editoria de economia
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Publicado em 06/02/2018 às 6:39
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Opção para quem gosta de conforto e tratamento premium, festas privadas movimentam milhões de reais e geram empregos durante Carnaval - FOTO: Foto: Divulgação
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Enquanto cidades como Rio de Janeiro e São Paulo só agora estão redescobrindo suas festas de rua, Pernambuco sempre conseguiu manter como marca a tradição do Carnaval popular e acessível a todos. Este ano, porém, empresários estão investindo mais fortemente em festas privadas. Segundo eles, a intenção é oferecer mais uma opção de entretenimento para atender ao público que quer algo diferenciado, como uma nova versão das festas realizadas antigamente pelos clubes. As estruturas agora são bem maiores, movimentam milhões de reais e geram milhares de empregos.

Longe dos tradicionais polos de folia, entre as avenidas Boa Viagem e Antônio de Góes, no Pina, Zona Sul do Recife, acontecerá a estreia do Carnaval Boa Viagem, evento realizado no domingo e terça-feira, com investimento em torno de R$ 4 milhões. Os ingressos custam a partir de R$ 280. Serão nove atrações ao todo, a maior parte de artistas nacionais, como O Rappa, Banda Eva e Jorge e Mateus. A atração local fica por conta de Nena Queiroga & Banda do Bem.

“Vimos que 90% dos turistas que vêm para o período de Carnaval ficam em hotéis da Zona Sul do Recife. Então percebemos que seria uma área interessante para disponibilizar mais uma opção. Não queríamos oferecer algo dentro dos locais onde a essência é a rua”, afirma um dos empresários à frente da festa, Bruno Rego. O grupo aposta tanto no sucesso da festa que, mesmo antes da estreia, já confirma que para 2019 o objetivo será reunir atrações para quatro dias de festa.

E para manter tudo funcionando e ao agrado de um público que não paga barato, é preciso muita gente trabalhando. Para este ano, o Carnaval Boa Viagem dependerá da mão de obra de até mil pessoas. Entre eles, o assistente operacional Dagmar Júnior, 40 anos. “Vivo só da montagem e operação de eventos e shows. A renda da minha família depende disso e o Carnaval é o melhor período, dá pra ter segurança para o ano todo”, afirma Dagmar, que sustenta a casa com mulher e um filho. No último fim de semana ele concluiu o trabalho de montagem do Olinda Beer, evento para 17 mil pessoas realizado no Centro de Convenções, em Olinda.

Com mais tempo de estrada e oferecendo mais dias de festa (de sexta a terça-feira), o Carvalheira na Ladeira levará 17 atrações ao Complexo de Salgadinho, em Olinda. “Hoje nosso Carnaval representa 50% do que lucramos com nossas festas ao longo do ano. A cada ano tentamos colocar Pernambuco no roteiro de festas premium para mostrar para o turista que vem pra cá que além do Carnaval de rua e das praias também temos festas privadas de alto padrão”, explica o diretor de eventos da Carvalheira, Victor Carvalheira.

Para este ano, que terá um dia a mais de festa, a estrutura recebeu investimento de R$ 10 milhões e mobilizará mil trabalhadores por dia de evento. A seleção de pessoal começa com quatro meses de antecedência para garantir um serviço diferenciado. “Nossa marca é o bom atendimento, queremos que o público se sinta premium, então investimos nisso”, reforça o diretor.

Para o público, os ingressos ficam entre R$ 350 e R$ 500, dependendo dos lotes de cada dia. No ano passado, quando eram apenas quatro dias de festa, foram vendidos seis mil ingressos. Entre as atrações, estão Pablo Vittar, Marília Mendonça, Aviões, Simone e Simaria, Alceu Valença e Elba Ramalho.

DAY USE

Com uma proposta diferente – mais próxima a de um day use que de uma festa à parte – outros espaços privados também demandam grandes investimentos e mão de obra. Com quatro eventos para a folia em Olinda e no Recife (Carnaval Recife Antigo, Casa Bonfim Olinda, Queirogada, Paço Music Carnival e The Week), a Lead e Feel Good investiram R$ 2 milhões nas cinco estruturas e irão gerar 400 empregos diretos e indiretos.

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