Considerado o maior jogador da história do basquete mundial, o ex-ala-armador Michael Jordan imortalizou a frase que “nos playoffs da NBA (liga norte-americana) é quando se separam os homens dos meninos”. No mata-mata da Copa do Mundo não é diferente. Nesse formato de competição não se permitem erros. Um vacilo pode custar a classificação obrigar o retorno para casa mais cedo. O técnico da seleção brasileira sabe bem disso. Afinal, Tite é bastante calejado quando se trata de mata-mata, com boas e más lembranças a depender dos casos. Porém, sem dúvidas, todas serviram de aprendizado para conduzir o Brasil no playoff mais importante de sua carreira: no Mundial da Rússia.
As principais conquistas do treinador, inclusive, foram em competições no formato de mata-mata: Taça Libertadores da América e Mundial de Clubes, em cima do poderoso Chelsea - ambos os títulos pelo Corinthians, em 2012. “Durante a minha carreira fui tachado de tudo. Diziam que eu era bom de mata-mata, mas não em pontos corridos. Em outro momento me chamavam de retranqueiro. Mas tenho uma ideia bem clara de equilíbrio. Não posso ser o protagonista, não posso ter essa vaidade. Temos que ter sabedoria para ajustar peças. No mata-mata tem um caráter emocional muito forte. A margem de erro diminui muito. O nível de concentração tem de estar altíssimo e não pode diminuir”, apontou Tite.
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Uma das eliminações mais marcantes na vida do ex-técnico corintiano foi a derrota para o modesto Tolima-COL, ainda pela pré-Libertadores de 2011. Tite, por sinal, foi questionado em coletiva sobre os riscos de protagonizar uma nova derrota histórica, desta vez à frente da seleção.
“Todas as situações são possíveis, não as descarto. Vejo como um aprendizado que trago do passado (o revés para a equipe colombiana). Hoje tenho com a seleção dois anos de trabalho e apenas 24 jogos. É pouco se comparado aos 180 e poucos jogos que tive com o Corinthians. Mas, agora, eu tenho o que não tinha naquela partida diante do Tolima, um conhecimento recíproco com o grupo. De sofrer durante a partida e manter o padrão”, comentou o técnico.
No currículo do treinador ainda aparecem outras conquistas importantes em mata-matas: a Copa do Brasil de 2001, com o Grêmio; a Copa Sul-Americana de 2008, com o Internacional; além da Recopa Sul-Americana de 2013, com o Corinthians.
MAUS RESULTADOS
O retrospecto recente de Tite, porém, não é dos melhores. No período de 2013 a 2016, quando ainda comandava o Timão, o treinador tem números assustadores. Em sete duelos no formato ‘se perder está fora’, o treinador foi eliminado em todos eles: oitavas de final da Libertadores para o Boca Juniors e quartas de final da Copa do Brasil diante do Grêmio, em 2013; semifinal do Paulista para o Palmeiras, oitavas da Libertadores para o Guaraní, do Paraguai, e também nas oitavas da Copa do Brasil para o Santos, em 2015; semifinal do Paulistão diante do Audax e oitavas da Libertadores para o Nacional, do Uruguai, em 2016. “Entrar (na partida) para não errar é desumano, mas diminuir o erro é possível. Porém, pode acontecer (a eliminação). É a vida”, frisou.