De forma bastante sincera, Roberto Fernandes fez uma análise da sua passagem como treinador do Náutico em 2017. Assumindo que se excedeu em cobranças ao elenco na Série B, o comandante afirmou que conversou com lideranças da equipe para falar sobre o seu estilo e que, após tantos anos como técnico, não vai mudar seu estilo para agradar ninguém.
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"Em determinados jogos, se fazia necessário (cobrar) porque eu estava vendo o clube afundando e talvez o grupo tenha chegado ao limite. Aí, você tenta de todas as formas motivar e instigar os atletas. Às vezes, você passa do limite. Confesso tranquilamente que, em alguns momentos, me excedi pelo nível de estresse e dos problemas. Não é fácil assumir o Náutico na situação que eu assumi. Nem todo mundo gosta de cobranças, mas são assuntos internos e que fazem parte (do dia a dia de um clube)", afirmou.
Também na entrevista coletiva antes do jogo contra o Vila Nova, Roberto falou que, apesar de ter se excedido, não vai mudar seu estilo. "Ano que vem vou fazer maioridade em Brasileiros. São 18 de forma ininterrupta, entre Série A e C. Já tenho meu mercado, estou ficando velho e não venho para agradar ninguém. Quem gosta do meu estilo, gosta. Quem não, paciência. Cada um tem seu jeito. Quero fazer meu trabalho em paz e botar a cabeça no travesseiro tranquilo de não estar sendo injusto com ninguém", disse.
LIDERANÇAS
Logo após as declarações do atacante William, que afirmou que o elenco não gosta do treinador, Roberto Fernandes tratou de chamar o zagueiro Aislan e o volante Amaral, os dois jogadores que foram capitães com ele no Náutico, para conversar. "Diante de todos os fatos, recebi a solidariedade de muitos atletas, seja deste elenco ou de outros que trabalhei. Chamei os dois jogadores (Aislan e Amaral) e fiz uma pergunta: independentemente de questões pessoais, vocês me acham um cara justo, correto e as cobranças que faço são fundamentadas? Ou eu persigo alguém e trato jogador diferente? Me responderam que sou um cara justo. Vou dormir em paz", finalizou.