Continental

Pernambucana pode perder Pan de Judô por falta de apoio

Rebeka Venceslau se credenciou à competição que acontece em Lima, no Peru, depois de se tornar campeã brasileira na super ligeiro

Luana Ponsoni
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Luana Ponsoni
Publicado em 18/09/2017 às 11:19
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Rebeka Venceslau se credenciou à competição que acontece em Lima, no Peru, depois de se tornar campeã brasileira na super ligeiro - FOTO: Arquivo Pessoal
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Em menos de 30 dias, a pernambucana Rebeka Venceslau, 12 anos, deu provas inquestionáveis de que é a melhor judoca do Brasil na categoria super ligeiro (até 36kg). Venceu o Campeonato Brasileiro Sub-15, em Lauro de Freitas (BA), e também conquistou o ouro nos Jogos Escolares da Juventude, em Curitiba (PR). Os títulos a credenciaram, respectivamente, ao Pan-Americano de Judô, no Peru, e aos Jogos Sul-Americanos da Juventude, no Chile. Rebeka, no entanto, pode ficar de fora do Pan por questões financeiras. Mas está garantida no evento poliesportivo porque todos os custos são cobertos pela Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE).

De origem humilde, a atleta é aluna de escola pública e, em 2016, já teve de desistir de lutar o Pan por falta de apoio. Apesar dos esforços, a treinadora Gabriela Souza e a atleta não conseguiram levantar o valor aproximado de R$ 8 mil. “Ficou muito curto o tempo para arrecadar esse valor alto, que equivalia às passagens aéreas, muito caras naquele período, e à taxa cobrada, por atleta, pela CBJ (Confederação Brasileira de Judô)”, relembrou a técnica.

Como o Pan só acontece entre 1 e 6 de novembro, Rebeka vai ter um pouco mais de tempo para conseguir o dinheiro. O valor, este ano, é um pouco superior a R$ 5 mil, sendo R$ 3.026 referentes à taxa cobrada pela CBJ para cada atleta. A judoca terá de entregar esse montante à entidade nas vésperas da competição. O restante equivale aos custos com a passagem aérea.

Desde que conquistou a vaga para o Pan-Americano com o título brasileiro em agosto, a treinadora e os amigos da garota vêm tentando conseguir patrocínio ou qualquer apoio para viabilizar a ida da judoca ao Peru. A menina também vem repetindo a prática que a tem garantido nos eventos nacionais organizados pela CBJ. “Para todas essas competições, ela sempre foi com muito esforço (a exemplo do Brasileiro na Bahia). Faz o possível para arrecadar dinheiro. Vende rifas, água mineral e cremosinho (espécie de sacolé) nas competições”, comentou Gabriela.

PROGRAMAS DE INCENTIVO

A pouca idade também não favorece Rebeka no sentido de recorrer aos programas de incentivo da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco. Para ter acesso ao Passaporte Esportivo, que concede passagens aéreas aos atletas e técnicos pernambucanos, Rebeka precisaria ter, no mínimo, 13 anos. “Saber que ela pode ficar de fora novamente do Pan de Judô é frustrante porque sei do potencial de Rebeka. Os títulos atuais demonstram que ela tem chance de acumular outras conquistas”, comentou a técnica da atleta.

Quem quiser ajudar pode entrar em contato com a treinadora Gabriela Souza por meio do whatsapp 98715-1569.

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