VOZ DA EXPERIÊNCIA

Um dos maiores nomes da vela brasileira, Lars Grael chega a 4ª Refeno

Velejador carioca está a bordo do Moreneh

Matheus Cunha
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Matheus Cunha
Publicado em 01/10/2017 às 6:32
Tsuey Lan Bizzocchi/Cabanga
Velejador carioca está a bordo do Moreneh - FOTO: Tsuey Lan Bizzocchi/Cabanga
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Os cabelos grisalhos são a caracterização da experiência adquirida em 53 anos de idade. No corpo, a perna direita amputada após um acidente com um iate mostra que o mar pode ser impiedoso. Mas Lars Grael prefere encarar o gigante azul como um caminho para o sucesso. Inscrito na Regata Recife/Fernando de Noronha desse ano, a bordo do barco Moreneh, do Rio de Janeiro, o carioca busca repetir o feito de 1999, quando conquistou o Fita Azul – dado a primeira embarcação a chegar na Ilha. As primeiras embarcações chegam ao arquipélago neste domingo.

Lars é um dos velejadores mais conhecidos da vela brasileira. Ele é dono de duas medalhas olímpicas, ambas de bronze, conquistadas em Seul 1988 e Atlanta 1996. São mais outras duas participações nos jogos, em Los Angeles 1984 e Barcelona 1992. Ainda é irmão do também velejador Torben Grael, outro medalhista em Olimpíadas.

O atleta já esteve na Refeno em três oportunidades: 1999, 2013 e 2014. Volta após dois anos fora e com uma enorme empolgação, como se acabara de sair do Optimist (uma espécie de categoria de base para a vela). “É sempre um prazer poder estar de volta ao Recife. É a principal regata oceânica do Brasil. A Refeno tem uma importância muito grande. São 300 milhas percorridas. E ainda tem o fato de você chegar a um paraíso. Nada contra o Rio de Janeiro, mas Fernando de Noronha é um paraíso”, disse o carioca.

AMPUTAÇÃO

Mas se engana quem pensa que a vida de Lars Grael se resumiu apenas nas batalhas com outros barcos. Foi no próprio mar, a quem deve tudo, que o atleta lutou contra a morte. Em 1998, na cidade de Vitória, no Espírito Santo, o velejador teve a perna decepada pela hélice de uma lancha, que bateu em seu barco durante uma regata.

A amputação foi superada e a vida seguiu. Agora, Grael quer completar a Refeno em 30h. Como ele saiu neste sábado do Marco Zero do Recife às 12h30, deve desembarcar em Fernando de Noronha no início da noite deste domingo.

“Vou disputar na classe aberta, em um monocasco. Vou com um grupo de amigos e com alguns bons velejadores a bordo. Entre eles estará o Kiko Pelicano, meu parceiro nos Jogos Olímpicos de Atlanta. Vamos falar em umas 30h para esse barco. Ele tem 57 pés e pesa 26 toneladas ,então é um caminhão. O vencedor mesmo será o Camiranga”, explicou Lars.

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