CONTESTADO

Gestão de Arnaldo Barros coleciona insucessos no Sport

Nos três primeiros meses de 2018, o Leão foi eliminado de duas competições e segue com atrasos salariais

Filipe Farias
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Filipe Farias
Publicado em 23/03/2018 às 7:03
Foto: Williams Aguiar/ Sport
Nos três primeiros meses de 2018, o Leão foi eliminado de duas competições e segue com atrasos salariais - FOTO: Foto: Williams Aguiar/ Sport
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Após escapar do rebaixamento para a Série B do Brasileiro na última rodada no ano passado, o torcedor rubro-negro esperava um 2018 com menos sufoco. Mas a situação piorou. O início do ano do Sport é um fiasco. Em três meses, os leoninos conseguiram ser eliminados das duas competições que disputaram - Copa do Brasil e Pernambucano -, por equipes que estão em séries bem inferiores a ele no Campeonato Brasileiro, Ferroviário-CE e Central. Como tomou a polêmica decisão de não participar da Copa do Nordeste, jogo que empolgue a torcida só mesmo na metade de abril, quando começa o Brasileirão.

O futebol pobre e pouco competitivo apresentado pelo Leão nesse primeiro trimestre nada mais é do que o reflexo da contestada gestão do presidente Arnaldo Barros. Dentre os vários equívocos: onerou a folha do elenco em 2017, ocasionando atrasos salariais (situação que o clube não vivia há muito tempo); viu seus principais nomes deixarem o clube de maneira conturbada e não conseguiu repor com contratações à altura. Com o calendário enxuto, o Sport sofreu uma diminuição de 36% dos jogos em relação ao ano passado: serão 52 este ano, contra os 81 de 2017.

Arnaldo se desgastou com os principais líderes do elenco do Sport. Diego Souza, Rithely e André deixaram o clube após longas e desgastantes negociações e fazendo duras críticas ao mandatário leonino. Os empresários do cabeça de área (Tadeu Cruz e Roberto Faustim) entraram com uma ação na Justiça e na CBF pra cobrar do Leão o pagamento de suas comissões.

Quem também seguiu o mesmo caminho e buscaram os seus direitos nos tribunais foram Wesley e Marquinhos. Os dois, por ironia, apesar de um alto salário (aproximadamente R$ 170 mil), não tiveram boa performance com a camisa do Sport. Outras contratações que só oneraram a folha: o volante Rodrigo, os atacantes Osvaldo e Leandro Pereira. Ainda com relação aos gastos mal-planejados, a compra dos direitos econômicos de Rogério (R$ 6 milhões).

ATRASOS

Tudo isso provocou os atrasos salariais, algo que não se via no clube da Praça da Bandeira há mais de uma década, e parece estar longe de serem quitadas. A reportagem do JC entrou em contato com cinco empresários que representam sete atletas do clube e, todos, garantiram que já são mais de três meses de salários atrasados (carteira e imagem), além de 13º e, em alguns casos, as luvas para a extensão do vínculo também não foram pagas. Procurado pelo Jornal do Commercio, Arnaldo Barros não atendeu à reportagem.

Sem dinheiro em caixa, o Sport encontrou extrema dificuldade para contratar - ficou o mês de dezembro inteiro sem anunciar ninguém. Quando conseguiu, foi em sua maioria atletas para compor o grupo: Felipe Rodrigues, Capa e Pedro Castro (todos são reservas) e outros renegados em seus clubes de origem (Gabriel, Marlone, Léo Ortiz e Fellipe Bastos).

Diante do fracasso em campo, a diretoria de futebol foi desfeita. Alguns ex-presidentes leoninos foram procurados, mas não aceitaram retornar ao clube sob o comando de Arnaldo Barros.

Com a Série A do Campeonato Brasileiro batendo à porta, a desesperança de que o Leão consiga se livrar pelo terceiro ano seguido do rebaixamento só aumenta entre a torcida.

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