Bons frutos da conquista da Copa do Brasil

Não obstante a situação atual de atraso de salários, a conquista da Copa do Brasil em 2008 fez o Sport subir mais um andar no futebol. Se com o Brasileiro de 1987 o clube tornou-se mais 'nacional', a segunda estrela dourada pôs os rubro-negros no radar internacional, mais precisamente na América do Sul. Foi a partir dali que o time passou a frequentar com relativa assiduidade as competições internacionais, primeiro com a Libertadores em 2009 e, posteriormente, a Copa Sul-Americana. Isso sem falar num incremento na estrutura e possibilidades de formação do time profissional, resultado de quase dez anos de prosperidade financeira.

No ano seguinte à segunda conquista nacional, o time disputaria sua segunda Libertadores e deu um passo à frente da campanha de 21 anos antes ao avançar para a segunda fase em primeiro lugar no chamado 'Grupo da Morte'. Os pernambucanos tinham pela frente nada menos que três campeões da competição continental: Palmeiras, Colo Colo (Chile) e LDU (Equador), o campeão do ano anterior. E conseguiu alguns feitos: foi o primeiro time brasileiro a vencer o Colo Colo no David Arellano. Também bateu a LDU na altitude de Quito. Mas parou nas oitavas de final numa disputa duríssima com o Palmeiras, em que Marcos brilhou na disputa por pênaltis.

Três anos depois, o Sport se classificava pela primeira vez para a segunda competição mais importante do continente, a Copa Sul-Americana. E de uma maneira bastante inusitada, sendo rebaixado para a segunda divisão. Entre 2013 e 2017, os rubro-negros participaram de todas as edições, resultado direto das boas campanhas desde que voltou à Série A, em 2014.

ESTRUTURA

Outros 'benefícios' vieram com a conquista, esses até mais duradouros. Os leoninos entraram num período de bolsos cheios, que permitiu criar uma estrutura mais profissional no futebol. O maior dos feitos foi a aquisição do Centro de Treinamento em Paratibe, que pertencia ao Intercontinental. O clube da Ilha do Retiro confirmou a compra apenas dois meses após levantar a Copa do Brasil. Para isso foi fundamental a venda do volante Daniel Paulista ao Rapid Bucareste, da Romênia, por 800 mil euros.

“Eu já tinha dado um sinal para garantir a compra do terreno. A negociação de Daniel Paulista foi de extrema importância, pois investimos o dinheiro da transferência para concretizar todo o processo de aquisição”, disse o presidente rubro-negro na época, Milton Bivar, em entrevista ao Jornal do Commercio em 2015. O CT José de Andrade Médicis ganhou reforços, com uma sala de imprensa e a criação de um Núcleo de Excelência, Prevenção e Reabilitação no Esporte.

MEDALHÕES

A estabilidade financeira conquistada a partir de 2008 permitiu investimentos mais pesados também para montagem dos elencos. A primeira mostra veio já para a Libertadores de 2009, quando o Leão contratou o meia Paulo Baier, destaque do Goiás no ano anterior.

Essa política de contratações se intensificou com a volta do clube à Primeira Divisão em 2014. O Sport repatriou o meia Diego Souza, que estava no Metalist, da Ucrânia. Além do incremento técnico, o jogador trouxe um bom retorno de mídia ao clube, sendo batizado como ‘Embaixador de 87’ e usando o número alusivo à conquista do Brasileiro em sua camisa.

No ano seguinte, deu mais um passo ao trazer o atacante André, que de badalado no Santos de Neymar, havia se tornado sinônimo de problema no Atlético- MG. Ao lado de DS87, o centroavante foi fundamental para a campanha leonina, que terminou em sexto lugar. Entre 2016 e 2017, o clube foi além, fazendo negociações que lhe garantiram parte dos direitos econômicos tanto de Diego quanto de André. Essa linha de trabalho também seguiu com os treinadores, primeiro ao fazer de Paulo Roberto Falcão técnico de futebol no final de 2015 e no ano passado, quando resgatou o maior vencedor do Brasileirão, Vanderlei Luxemburgo.