Dois anos depois de deixar o Santa Cruz, Milton Mendes está de volta ao futebol pernambucano. Na última quarta (26), foi apresentado oficialmente como novo técnico do Sport, um dos grandes desejos da carreira do catarinense de 53 anos. No CT rubro-negro, deixou claro a confiança no elenco, falando até que pensa em mais do que só fugir do rebaixamento no Brasileirão. Também disse que o volante Fellipe Bastos e o meia Michel Bastos foram reintegrados por exigência dele. Por fim, pregou união dentro e fora de campo para fazer o Leão evitar a zona de rebaixamento na Série A do Brasileiro.
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ELENCO
Tive uma conversa bastante agradável com eles. Não foi um monólogo, mas um diálogo, com interação entre todos. Tenho uma confiança muito grande nesse grupo. Já demonstraram coisas boas, como o segundo lugar (no Brasileirão) e uma série de vitórias. O grupo é bom e estamos preparados para as dificuldades inerentes ao campeonato. Creio que, pelo que vi lá dentro hoje, temos amplas possibilidades de conseguir os objetivos, mesmo antes do final do campeonato. Acredito que o Sport está num bom caminho. A atmosfera é boa e leve. Vamos tirar proveito disso. Tirar a pressão deles. A partir do momento que estou à frente, é minha responsabilidade.
UNIÃO
(Tratamento de choque) já foi feito: afastaram jogadores (Fellipe Bastos e Michel Bastos) e deram multa. Acredito que é a hora de unir forças. Cobrar dentro de campo por produtividade. Não adianta querer resultados se não os estimular para isso. É preciso tirar o melhor de todos. A vontade deles é muito grande. Resta ir a campo e fazer o que precisa ser feito. Não vim para brincar ou para passear na praia. Vim para trabalhar e muito. Quando se junta disciplina, organização e trabalho, o sucesso está perto.
DESEJO
Eu sempre disse que, como já trabalhei em outra equipe aqui no Recife, o Sport sempre foi um desejo meu. Porque tem torcida apaixonada também, condições de trabalho e tem valores muito parecidos com a minha forma de ser no futebol: aceso, dinâmico e que não gosta de perder nem em porrinha. Vim porque vi muita condição no grupo, que já esteve em segundo lugar e ganhou de grandes equipes fora de casa. Vim para cá para fazer história. Não adianta fazer as mesmas coisas e ter resultados diferentes. Não há momento para crise ou para ser displicente. É preciso deixar a vaidade de lado e lutar pelo clube. Andar com paninho na mão para fazer brilhar o símbolo do Sport.
FORA DE CAMPO
Costumo gerir minha vida de dentro pra fora, não de fora pra dentro. Não é aqui que vou expor problemas do grupo. Os jogadores vão ter a minha proteção. Nada vai entrar porque não vamos deixar. Vamos cobrar lá dentro. Vocês nunca viram eu dizer alguma coisa contra jogador ou contra ninguém. A transparência continua. Não acredito em nada superficial. Agora é focar no trabalho. Só assim vamos chegar no objetivo para construir coisas bonitas.
OS BASTOS
Eu conto 100% com esses jogadores. Já estão reintegrados. Foi uma das minhas exigências para voltar. Serem titulares ou não é outra coisa, mas são importantes para o grupo. Dentro do treinamento, com certeza terão oportunidades. Quem tiver melhor, vai pro campo.
LUTAR POR MAIS
Não vejo esse cenário tão ruim. Faltam 12 jogos e são muitos pontos. Coloco dificuldades, mas não extremismos. Temos amplas possibilidades de sair (do Z-4) e rapidamente. Os desafios são feitos para serem vencidos. As dificuldades estão aí e ninguém esconde. Mas também já aconteceu de outros times, com menos tempo, conseguirem sair. Basta um click, e acredito que já iniciou. Não nos prendemos em estatística. Você (repórter) falou em 45 pontos (para escapar da queda). Quem é que disse que não queremos mais? Sou ambicioso. Temos que ter objetivos e metas corajosas.