Ilha do Retiro

Sport colecionou fracassos dentro e fora de campo em dois anos

Gestão Arnaldo Barros sai com imagem arranhada por insucessos

Wladmir Paulino
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Wladmir Paulino
Publicado em 09/12/2018 às 10:02
Guga Matos/JC Imagem
Gestão Arnaldo Barros sai com imagem arranhada por insucessos - FOTO: Guga Matos/JC Imagem
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Em janeiro de 2017, Arnaldo Barros herdou de seu antecessor, João Humberto Martorelli - de quem foi vice - um clube com uma saúde financeira razoável, com um déficit de ‘apenas’ R$ 566.411. Isso permitiria ao novo mandatário corrigir os erros de 2016, quando o clube contratou muito para tão poucos resultados. Mas o que se viu foi um agravamento de 2016 com pouco critério nas contratações e nomes sendo mais importantes que trabalhos recentes.

As decisões para o futebol minaram o potencial da equipe daquele ano. Após Daniel Paulista ser demitido no meio do Estadual, chegou Ney Franco, sem trabalho relevante desde 2012. Nos seus 17 jogos, o Sport só não levou gol em dois. Após perder a final da Copa do Nordeste para o Bahia, a diretoria o demitiu em menos de meia hora, ainda no vestiário.

A grife aumentou na escolha do substituto. Vanderlei Luxemburgo acabara de sair da China e o Sport acreditou que o veterano poderia retomar seus bons momentos. O casamento começou até bem com a conquista do Pernambucano sobre o Salgueiro. Os bons ventos sopraram até julho. Mas a sequência de derrotas no Brasileirão irritou o técnico até ele ameaçar não ficar com ninguém se fosse o comandante no ano seguinte. A diretoria foi ainda mais inábil. Seis dias depois anunciou que o contrato de Luxa estava renovado, mostrando que tomara partido em vez de tentar mediar a crise. Ele terminaria demitido após perder para o Junior Barranquilla por 2x0, na Ilha, pelas quartas de final da Copa Sul-Americana. O ‘bombeiro’ Daniel Paulista foi chamado e a salvação veio apenas na última rodada. Mas a semente estava plantada: os jogadores entraram de férias com salários atrasados.

2018

E foi assim que o Leão entrou em 2018: com débitos maiores e elenco enfraquecido. Nelsinho Baptista seria o técnico para a temporada. Os erros anteriores foram ampliados, com novas contratações sem análise mais criteriosa. As contratações foram tímidas: Pedro Castro (volante), Capa (lateral-esquerdo) e Marlone.

O time começou a empilhar fiascos. Eliminação para o Central na semifinal do Pernambucano e para o Ferroviário (CE) na segunda fase da Copa do Brasil. Era preciso contratar para o Brasileiro e vieram oito. Após uma derrota e um empate na segunda rodada, Nelsinho anunciou que estava saindo e detonou a diretoria. “Não consigo trabalhar com pessoas que enganam todo mundo”, disse, além de revelar que não recebera um mês de salário.

Depois de tanta grife, o clube apostou no básico: Claudinei Oliveira. Houve um bom momento, porém, após a Copa do Mundo o castelo de areia desabou. Foram 11 rodadas sem vencer, com direito à surpreendentemente contratação de Eduardo Baptista, filho de Nelsinho. Venceu apenas um jogo, contra o lanterna Paraná. O presidente Arnaldo Barros quebrou um silêncio de cinco meses.

“O Sport está com dois meses atrasados. Nosso problema não diria que é de receita. É de fluxo de caixa, que não está compatível com os pagamentos.”

A última cartada foi trocar a diretoria e trazer o técnico Milton Mendes. O time chegou a sair do Z-4 após três vitórias seguidas, mas nas últimas rodadas voltou a desabar. E aí foi fatal. A queda foi consumada.

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