“Estamos nos inteirando da situação do sistema. Sou militar de formação e vamos prezar a disciplina, o que for de direito dos presos eles vão receber, o que estiver errado vamos corrigir. Para isso seguiremos a Lei de Execuções Penais, nada mais, nada menos”, disse o novo secretário, em entrevista coletiva na tarde de hoje, em Manaus. Apesar da frase forte, Rabelo elogiou o trabalho do secretário anterior e disse que o que funcionou da gestão anterior será mantido.
“Essa filosofia de trabalho implantada pelo Florêncio é elogiável e nós vamos continuar. O que está dando certo nós não vamos mexer. Aquilo que falhou, nós vamos, com muita cautela, corrigir”. O trabalho de Florêncio é tido por pessoas próximas do dia a dia da segurança pública e dos presídios do estado como conciliador, que buscava o diálogo com os presos.
O respeitado método de trabalho do secretário, no entanto, não impediu que 60 pessoas fossem mortas dentro do complexo penitenciário do estado. “Eu quero deixar consignada a minha amizade, o meu respeito e a minha confiança ao doutor Florêncio. Ele é um homem de bem. Foi meu chefe de Núcleo de Operações por muitos anos, quando eu era chefe da Entorpecentes. A intenção dele foi a melhor possível, mas, infelizmente, aconteceu”, disse o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes.
Cadeia Pública
O novo secretário da Seap também falou da situação da Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa. É um local reativado para receber presos após a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e tem estrutura precária para abrigá-los. Diariamente, mães e esposas de presos esperam por notícias na porta da cadeia, sem saber quando poderão visitá-los.
“A Vidal é hoje nosso calcanhar de Aquiles. Conheço bem a situação da Vidal. Vamos lá mais tarde, dizer para os presos que vamos trabalhar no sistema, [que] já deu uma acalmada. Está mais calmo, mais tranquilo, e já podemos pensar em medidas que possam, na verdade, atender aà reivindicações. Querem a família, alimentação, e nós também estamos preocupados com isso”, ressaltou Cleitman.