Após o motim que deixou nove mortos no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, em Goiás na segunda-feira (1), o ministro da Justiça, Torquato Jardim, criticou o "desleixo" de Estados com presídios. Para ele, o descuido beira o "crime contra a humanidade".
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De acordo com Torquato, o governo federal tem investido em programas em busca de soluções para o problema carcerário, mas nem todas as administrações estaduais têm feito a sua parte.
"O desleixo dos governos estaduais com o sistema carcerário beira o crime contra a humanidade. O Funpen (Fundo Penitenciário Nacional) destinou R$ 1,2 bilhão para os Estados aplicarem em construção e manutenção dos presídios. E o que eles fizeram com o dinheiro? Em quatro Estados, o dinheiro sumiu", disse o ministro, em entrevista publicada pela BBC Brasil, nesta quarta-feira (3).
Rebelião em Goiás
Segundo o ministro, a rebelião em Goiás foi reflexo da má aplicação de recursos feita pelo governo estadual no sistema penitenciário. "Goiás, entre 1999 e 2015, recebeu quase R$ 90 milhões de reais. Em 2016, recebeu mais R$ 44 milhões e não fez a aplicação que devia no sistema penitenciário. Esse motim é reflexo. Falta uma decisão política clara dos governadores de resolverem a questão presidiária", afirmou.
Procurado pela BBC Brasil, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), contestou os comentários de Jardim. Em nota, ele informou que o Estado investiu R$ 3 bilhões em recursos próprios no sistema carcerário.