A primeira noite de João de Deus na prisão foi na companhia de três advogados, que também respondem a processos na Justiça. Juntos, dividem um espaço de 16 metros quadrados. Durante a manhã desta segunda-feira (17), foi servido a ele pão com manteiga e achocolatado. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O médium, suspeito de abusar sexualmente de mais de 300 mulheres que o procuraram para cirurgias espirituais, está detido no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia, onde cumpre prisão preventiva, que não tem prazo para terminar. O local é destinado a presos vulneráveis, como idosos e de saúde mais frágil, além dos que correm algum tipo de risco.
A negociação para que o João de Deus tivesse tratamento diferenciado foi feita pelos advogados de defesa do médium, que argumentaram com a idade e o estado de saúde dele João de Deus e com o fato de ter passado por um câncer de estômago.
De acordo com a apuração do Jornal Folha de S. Paulo, os nomes dos companheiros de cela não foram divulgados. As visitas, exceto de advogados de defesa, estão proibidas por 30 dias. Ainda nesta segunda, o detento receberá seu defensor, Alberto Toron.
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Pedido de habeas corpus
Paralelamente, os advogados Alberto Toron e Ronivan Peixoto Morais Júnior preparam para nesta segunda-feira (17) um pedido de habeas corpus na tentativa de que ele possa cumprir prisão em casa.
Caso seja aceito o pedido, o suspeito passaria a ser monitorado com tornozeleira eletrônica e cumpriria algumas medidas cautelares, como a proibição de atender em seu centro espiritual em Abadiânia (GO).
Investigação
João de Deus se entregou no final da tarde desse de domingo, em uma estrada de terra nos arredores de Abadiânia (GO), cidade onde está localizado o Centro Dom Inácio de Loyola. Ele foi levado a Goiânia, onde prestou depoimento por mais de duas horas.
O delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes, disse que a investigação sobre as denúncias de abuso sexual contra o médium vai se concentrar em 15 casos e que a polícia irá focar, a partir de agora, na "formação da prova".