O diretor da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, John Brennan, afirmou neste domingo (15) que ficou profundamente ofendido com comentário feito pelo presidente eleito do país, Donald Trump, que comparou o comportamento da agência à Alemanha nazista.
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A comparação de Trump foi feita inicialmente no Twitter e depois na coletiva de imprensa na quarta-feira, em uma tentativa de expressar a sua indignação com as acusações feitas na imprensa de que agentes russos teriam materiais comprometedores sobre Trump. As reportagens vieram à tona após oficiais da agência de inteligência terem alertado Trump e o presidente Barack Obama sobre as acusações.
No Twitter, Trump afirmou que as agências de inteligência nunca deveriam ter permitido que "esta falsa notícia escapasse para o público". "Um último tiro em mim. Estamos vivendo na Alemanha nazista?", conclui.
"O que eu acho ultrajante é comparar o pessoal da inteligência com a Alemanha nazista", disse Brennan, em entrevista ao programa Fox News Sunday. "Eu fico muito envergonhado com isso, e não há nenhuma base para Trump apontar os dedos para a comunidade de inteligência por vazamento de informações que já estavam disponíveis publicamente".
Indicado por Obama
Brennan, que Obama indicou para liderar a CIA há quatro anos, defendeu a decisão das agências de inteligência de informar Trump sobre as alegações. "Não há interesse em minar o presidente eleito", disse ele. "É nossa responsabilidade ter certeza de que entendem as ameaças."
O diretor da CIA também disse que a repetida e pública denúncia de Trump contra a comunidade de inteligência corre o risco de subestimar a segurança nacional. "O mundo está assistindo agora ao que Trump diz e escutando com muito cuidado", disse ele. "Se ele não tem confiança na comunidade de inteligência, que sinal isso envia aos nossos parceiros e aliados, assim como aos nossos adversários?". Fonte: Dow Jones Newswires.