A Colômbia pedirá a anulação de um contrato com a construtora Odebrecht - acusada de subornar funcionários colombianos - devido a irregularidades na licitação, informou nesta quarta-feira a Agência Nacional de Infraestrutura (ANI).
"No dia de hoje pediremos ao tribunal de arbitragem do contrato que declare a nulidade do mesmo, diante dos atos ilícitos que deram origem" ao acordo, revelou a ANI.
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Trata-se de um adicional ao contrato do trecho 2 da Estrada do Sol, que une o centro do país ao Caribe, cuja execução foi iniciada no mandato do presidente Álvaro Uribe.
No sábado, as autoridades prenderam o ex-senador Otto Nicolás Bula, do governista Partido Liberal, por suspeita de favorecer a entrega à Odebrecht do trecho Ocaña-Gamarra, no nordeste do país, após ser contratado pela construtora em agosto de 2013.
"Rejeitamos veementemente a ação da Odebrecht e a deplorável estratégia que executaram através do senhor Otto Nicolás Bula para influenciar de forma corrupta as decisões da ANI".
A nulidade do contrato implica em sua suspensão e permite a abertura de outra licitação para a conclusão das obras, cujo adicional foi firmado durante a administração do atual presidente, Juan Manuel Santos.
A ANI informou que realizará uma auditoria "independente" dos orçamentos e do modelo financeiro relacionado ao adicional para "identificar irregularidades".
A Agência investiga ainda se seus funcionários participaram do esquema de corrupção envolvendo a Odebrecht.
A Odebrecht mantinha três contratos com o Estado colombiano: o trecho da Estrada do Sol, obtido durante o mandato do presidente Alvaro Uribe, a estrada Puerto Boyacá - Chiquinquirá e um trabalho para dar navegabilidade ao rio Magdalena, ambos sob o mandato de Santos.
No domingo, o ex-vice-ministro dos Transportes Gabriel García Morales, que ocupou o cargo durante o governo Uribe, admitiu as acusações que o Ministério Público lhe imputou pelos fatos que o vinculam com as irregularidades na concessão dos contratos do Trecho Dois da Estrada do Sol.
De acordo com o Ministério Público, Morales recebeu 6,5 milhões de dólares para excluir concorrentes para que o desaparecido Instituto Nacional de Concessões (INCO), sob sua responsabilidade na época, desse a obra à Odebrecht.