Policiais e militares venezuelanos jogavam gases lacrimogêneos contra opositores que se manifestavam nesta quarta-feira (19) em vários pontos de Caracas, para impedir que avancem até o centro da capital em uma gigante marcha contra Nicolás Maduro.
Os distúrbios começaram em setores da estratégica rodovia Francisco Fajardo, no El Paraíso, Quinta Crespo, San Bernardino e San Martín, oeste da cidade, constataram os jornalistas da AFP.
Em San Bernardino, noroeste da capital, um rapaz de 17 anos ficou ferido a bala na cabeça ao ser atingido por disparos feitos por um grupo de homens em motos.
Em Paraíso, agentes da militarizada guarda nacional tentavam dispersar com gases os manifestantes. "Covardes!", gritava um grupo de mulheres.
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A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega, solicitou nesta quarta-feira (19) aos organismos de segurança do Estado que garantam o direito de manifestação pacífica, quando oposição e governismo marcham em Caracas.
"Os responsáveis ?dos organismos de segurança do Estado devem garantir o exercício do direito de manifestação pacífica, sob um apego estrito aos direitos humanos. Os mecanismos de negociação devem se esgotar antes do uso da força pública", afirma um comunicado divulgado por Ortega.
Ortega - chavista confessa - surpreendeu há duas semanas quando classificou como uma "ruptura da ordem constitucional" a sentença com a qual o máximo tribunal assumiu as funções do Parlamento de maioria opositora, uma reação que impulsionou a anulação parcial da decisão.
No comunicado, a procuradora também pediu aos atores políticos uma reflexão para que os protestos que convocarem sejam pacíficos e não coloquem "em risco a integridade física dos manifestantes" nem a estabilidade institucional.
Milhares de opositores marcham de diferentes pontos da cidade rumo à Defensoria do Povo, no centro de Caracas, onde o chavismo também se mobiliza.