A decisão britânica de deixar a União Europeia, o Brexit, é uma "tragédia" para a qual a Europa também contribuiu, considerou nesta sexta-feira (5) em Florença (centro da Itália) o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
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"É uma tragédia", declarou Juncker em francês, em um discurso no Instituto Universitário Europeu de Florença, antes de comentar a eleição francesa.
O presidente da Comissão explicou a sua escolha da língua francesa em Florença, garantindo que o inglês estava, "lenta mas seguramente, perdendo terreno na Europa".
"Os franceses vão votar no domingo, e eu quero que eles compreendam o que eu digo sobre a Europa e as nações", acrescentou Juncker, em inglês, antes de mudar para o francês.
Primeira-ministra britânica
Em seu discurso, o ex-primeiro-ministro do Luxemburgo também previu negociações difíceis pela frente depois de se reunir em Londres na semana passada com a primeira-ministra britânica, Theresa May.
Na quarta-feira, May acusou "líderes europeus" de tentar interferir nas eleições parlamentares britânicas de 8 de junho.
Ele não fez nenhum comentário direto sobre estas declarações, adotando um tom conciliador quando falou dos "pontos fracos" da União Europeia. Estes, afirmou, podem "parcialmente explicar o resultado do referendo na Grã-Bretanha".
"A UE, em muitos aspectos, fez muito, incluindo a Comissão", reconheceu, citando "demasiada regulamentação, muita interferência na vida dos nossos cidadãos". A Comissão também reduziu para 23 por ano o número de leis que propõe aos Estados-Membros, contra 130 anteriormente, assegurou.
Mas para as negociações que se anunciam não se deve esquecer algo importante: "não é a União Europeia que deixa o Reino Unido, o Reino Unido deixa a União Europeia, e esta diferença de status deve e será sentida ao longo dos próximos anos", disse Juncker.