Nem a oposição nem o governo de Nicolás Maduro se rendem e, nesta semana, voltam a medir suas forças nas ruas da Venezuela, após mais de 51 dias de violentos protestos que deixaram 48 mortos e centenas de feridos.
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A Federação Médica Venezuelana (FMV) se dirigirá nesta segunda-feira ao Ministério da Saúde em apoio à oposição em Caracas. Maduro convocou uma Marcha Pela Paz para terça-feira.
"Devemos ir aumentando a pressão, produto do que é a resposta do governo", assinalou no domingo o líder opositor Henrique Capriles.
Apesar das bombas de gás lacrimogêneo e da violência, os protestos da oposição não param, em meio a um colapso econômico que gera uma severa escassez de alimentos e remédios, e uma inflação que, segundo o FMI, ultrapassará os 720% este ano, além de uma criminalidade crescente.
Por conta da falta de insumos, equipamentos e medicamentos, a situação dos hospitais na Venezuela é "catastrófica", de acordo os médicos.
A oposição tem o desafio de atrair os manifestantes apesar, mas não apenas, da violência, já que os venezuelanos têm enfrentado enormes filas para conseguir alimentos e um trânsito paralisado pelos protestos.
"O fato de a oposição continuar com a mobilização nas ruas, e a comunidade internacional manter sua pressão sobre a Venezuela, poderia gerar divisões no governo ou dentro das Forças Armadas", assinalou à AFP David Smilde, assessor principal do Washington Office on Latin America (Wola), especializado na Venezuela.
Maduro
No domingo (21), Maduro denunciou que manifestantes bateram, apunhalaram e abriram fogo contra um jovem durante uma manifestação em Caracas por acreditarem "ser chavista".
"Nunca havíamos visto aqui uma pessoa ser incendiada como fazem os terroristas do Estado Islâmico", denunciou Maduro em seu programa semanal, convocando uma marcha "pela paz" para terça-feira.
A Procuradoria afirmou que já iniciou uma investigação sobre o ocorrido.