ELEIÇÕES

O que se deve saber das eleições legislativas na França

Os franceses votarão em 11 e 18 de junho para escolher, em uma eleição de dois turnos, a nova Câmara de Deputados

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Publicado em 09/06/2017 às 10:31
Foto: PATRICK KOVARIK / AFP
Os franceses votarão em 11 e 18 de junho para escolher, em uma eleição de dois turnos, a nova Câmara de Deputados - FOTO: Foto: PATRICK KOVARIK / AFP
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Os franceses votarão em 11 e 18 de junho para escolher, em uma eleição de dois turnos, a nova Câmara de Deputados, em um país em plena recomposição política após a vitória do centrista Emmanuel Macron nas presidenciais.

Estas eleições são fundamentais para Macron, que necessita de uma maioria absoluta no Parlamento para aplicar o seu ambicioso programa de reformas.

- O sistema eleitoral -

Os franceses devem eleger 577 deputados, incluindo 11 que representam os moradores no exterior. Cada circunscrição representa cerca de 125.000 habitantes.

Se nenhum dos candidatos superar 50% dos votos no primeiro turno irão disputar o segundo, para o qual se classificam os dois primeiros e aqueles que conquistarem os votos de mais de 12,5% dos inscritos. 

No total, 7.882 candidatos se apresentam para estas eleições que renovarão amplamente a Assembleia Nacional, já que mais de 200 deputados em fim de mandato não buscarão a reeleição.

O partido de Macron, A República em Marcha (LREM), apresenta um grande número de caras novas sem experiência política.

A idade média dos aspirantes é de 48,5 anos e mais de 42% são mulheres. No Parlamento que está saindo, as mulheres representam apenas 26,9% dos deputados, 155 dos 577, o que já era um recorde.

- Eleições cruciais -

Macron espera que sua vitória nas presidenciais lhe dê um impulso nas legislativas para que consiga uma maioria no Parlamento.

O partido de extrema direita, Frente Nacional, de Marine Le Pen, buscará conseguir o maior número possível de cadeiras para os próximos cinco anos.

A República em Marcha

Os 530 aspirantes da LREM enfrentarão candidatos, em muitos casos, com longos anos de experiência local.

Se Macron não alcançar a maioria (289 cadeiras das 577), seu trabalho como presidente ficaria mais complicado, já que seria obrigado a formar uma coalizão com a direita ou a esquerda.

Os Republicanos

Desestabilizado com a nomeação de um de seus membros, Edouard Philippe, como primeiro-ministro de Macron, busca a revanche após a derrota de seu candidato, François Fillon, nas presidenciais.

Mas será difícil conseguir um máximo de deputados já que Macron seduziu muitos eleitores da direita.

 França Insubmissa

Liderado pelo esquerdista Jean-Luc Mélenchon, espera tirar proveito de seu resultado nas presidenciais para se impor como o principal líder da oposição.

Aponta para a conquista de pelo menos 15 deputados para formar um grupo parlamentar na Assembleia Nacional.

Mélenchon, derrotado em 2012 por Le Pen em uma circunscrição do norte da França, se apresenta por Marselha contra um deputado socialista que aspira à reeleição.

Frente Nacional 

Enfraquecida depois dos resultados mais baixos do que o previsto nas presidenciais, espera contar com seus 10,7 milhões de eleitores para surgir como a principal força da oposição.

O partido de extrema direita espera ganhar, pelo menos, nas 45 circunscrições em que Le Pen obteve mais de 50% dos votos no segundo turno das presidenciais. Mas a batalha se anuncia apertada, sobretudo depois do abandono de sua sobrinha, Marion Maréchal-Le Pen, de seu reduto do sudeste do país.

Partido Socialista 

Depois de obter um dos piores resultados nas presidenciais, o partido que governou o país nos últimos cinco anos busca evitar um colapso.

Uma parte de seu eleitorado abandonou o barco para se unir ao movimento Macron, outros ao de Mélenchon.

Os analistas preveem uma nova derrota eleitoral, similar à sofrida em 1993, quando obteve somente 57 deputados.

Se este cenário se confirmar, o PS ficará afundado em uma profunda crise.

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