O incêndio que destruiu um edifício residencial de 24 andares em Londres, na madrugada desta quarta-feira (14), matou ao menos 12 pessoas e fez 68 feridos - vinte gravemente - além de vários desaparecidos.
Veja o que se sabe sobre a catástrofe:
Fatos
Os bombeiros foram alertados às 00h54 (20h54 de terça-feira no horário de Brasília) de um incêndio em um edifício residencial no bairro de Kensington, oeste de Londres, e chegaram ao local seis minutos depois.
Mais de 40 caminhões e 200 bombeiros foram mobilizados para extinguir as chamas, que se espalharam muito rapidamente e destruíram o edifício a partir do segundo andar até o último piso.
Os bombeiros chegaram "até o 20º andar" e "conseguiram evacuar muitos moradores", indicou Dany Cotton, chefe dos bombeiros de Londres.
"Em 29 anos de carreira, nunca tinha visto nada dessa magnitude", declarou, afirmando que as causas do incêndio ainda não foram estabelecidas.
Vinte ambulâncias foram enviadas para levar os feridos para seis hospitais de Londres.
Um cordão de segurança em torno do edifício foi estabelecido e cerca de 30 apartamentos vizinhos foram evacuados.
Equipes especializadas excluíram o risco de desmoronamento do prédio.
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Vítimas
A polícia de Londres declarou que o incêndio deixou pelo menos 12 mortos.
"O balanço de vítimas pode aumentar durante a operação de busca, que se anuncia complexa" e poderia durar vários dias, declarou Stuart Cundy, comandante da Polícia Metropolitana.
"Há muitas pessoas desaparecidas", afirmou por sua vez o prefeito de Londres, Sadiq Khan.
As associações locais Rugby Portobello Trust e Harrow Centre, bem como algumas igrejas, mobilizaram-se para abrigar as vítimas do desastre, enquanto os clubes de futebol Fulham e Queens Park Rangers ofereceram apoio material e financeiro.
Edifício
O edifício, batizado Grenfell Tower, foi construído em 1974. Está localizado no bairro de North Kensington, oeste da capital. Tem 120 apartamento divididos em 24 andares. A torre estava quase completamente calcinada nesta quarta-feira de manhã após ter sido engolida pelas chamas.
O edifício é propriedade da Municipalidade Royal de Kensington e Chelsea. É administrado pela Kensington and Chelsea Tenant Management Organisation, estrutura que administra o parque de habitações populares para a municipalidade do bairro londrino.
Uma reforma, no valor de 8,6 milhões de libras (12 milhões de dólares), terminou em maio de 2016. A empresa Rydon, encarregada da obra, assegurou que a reforma "respondeu a todas as exigências em questão de normas de incêndio, de segurança e de construção".
Contudo, no blog grenfellactiongroup.wordpress.com, um coletivo de moradores destaca há anos as carências do sistema de informação e de proteção aos moradores do edifício em caso de incêndio.
Em novembro de 2016, um texto aponta que "apenas uma catástrofe pode demonstrar a incompetência do proprietário e acabar com as negligências observadas no que se referente às regras de segurança".
"Se fizeram de surdos diante de todas as advertências, quando um desastre como este era inevitável", declarou o grupo após o drama.
David Collins, ex-presidente da associação de moradores do edifício disse à AFP que estava chocado, mas não surpreso com a magnitude do incêndio.
"Tínhamos inúmeras preocupações. Sobre a localização dos sistemas de aquecimento, sobre as saídas de emergência e a possibilidade de entrar e sair do edifício, ou sobre a iluminação... Eu mesmo ouvi que os alarmes de incêndio não eram mais ativados", declarou.
Gavin Barwell, ex-ministro da Habitação e atual chefe de gabinete da primeira-ministra Theresa May, havia anunciado a revisão das medidas de segurança em edifícios após um incêndio anterior em Londres, em 2009. Desde então, nenhuma avaliação foi publicada.