PYONGYANG

Coreia do Norte alega razões humanitárias para libertar estudante

Warmbier, condenado a 15 anos de trabalhos forçados por 'atividades hostis', foi repatriado para Cincinnati, nos EUA

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Publicado em 15/06/2017 às 13:32
Foto: BILL PUGLIANO / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
Warmbier, condenado a 15 anos de trabalhos forçados por 'atividades hostis', foi repatriado para Cincinnati, nos EUA - FOTO: Foto: BILL PUGLIANO / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
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O estudante americano Otto Warmbier, que chegou na quarta-feira em coma aos Estados Unidos depois de um ano e meio detido na Coreia do Norte, foi libertado por razões humanitárias, segundo informou a agência oficial norte-coreana KCNA.

"Otto Frederick Warmbier, que estava fazendo trabalhos forçados, foi reenviado para seu país em 13 de junho de 2017 por motivos humanitários em virtude da decisão da Corte Central da RPDC", indicou a agência, falando o nome oficial da República Popular Democrática da Coreia.

Warmbier, condenado a 15 anos de trabalhos forçados por "atividades hostis", foi repatriado para Cincinnati, cidade do norte dos Estados Unidos onde sua família reside.

Ele foi imediatamente levado para um centro médico de Cincinnati.

A família do jovem anunciou sua libertação, em um contexto de grande tensão entre os Estados Unidos e Pyongyang e a poucos dias da visita do novo presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-In, à Casa Branca, em 29 e 30 de junho.

O rapaz está em coma desde março de 2016, mas só agora a família ficou sabendo.

Segundo o jornal The Washington Post, Otto Warmbier contraiu uma forma de botulismo pouco depois de seu julgamento em março de 2016 e recebeu uma dose de sonífero que fez com que entrasse em coma.

O negociador americano Bill Richardson, que participou das conversações para a libertação do estudante, disse que a Coreia do Norte "deveria explicar claramente as causas do coma".

O Supremo Tribunal da Coreia do Norte condenou em março de 2016 Otto Warmbier depois que ele reconheceu ter roubado um cartaz com um slogan político no hotel onde ele estava hospedado em Pyongyang.

Ele estava na Coreia do Norte para uma excursão organizada pela agência chinesa Young Pioneer Tours. Ele foi preso no dia em que o grupo deveria retornar a Pequim em 2 de janeiro de 2016.

Apresentado à imprensa estrangeira e diplomatas poucas semanas depois, declarou, aos prantos, ter cometido "o pior erro da minha vida".

A diplomacia americana havia pedido à Coreia do Norte que o perdoasse, considerando a sentença excessivamente dura, e havia acusado Pyongyang de usar o jovem como moeda de troca de uma chantagem política.

Presos

Ao menos 17 americanos foram presos na Coreia do Norte nos últimos dez anos. Três seguem em detenção.

O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, disse na terça-feira que vai trabalhar pela libertação dos outros três americanos detidos na Coreia do Norte.

Ele anunciou que sanções estão sendo estudadas contra países terceiros que comercializem com a Coreia do Norte.

As relações entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte estão extremamente tensas desde a posse de Donald Trump, em razão das aspirações nucleares norte-coreanas.

Pyongyang realizou dezenas de disparos de mísseis e dois testes nucleares desde o início de 2016 com o objetivo de desenvolver um míssil capas de atingir o território americano.

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