A Arábia Saudita e seus aliados criticaram nesta quinta-feira a recusa do Catar de cumprir suas exigências para encerrar a maior crise diplomática do Golfo nos últimos anos. Eles qualificaram essa postura como uma ameaça à segurança regional.
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Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Barein indicaram que a recusa de Doha à lista de demandas de seus vizinhos para interromper as sanções "reflete sua intenção de continuar com suas políticas destinadas a desestabilizar a segurança da região", aponta uma declaração divulgada pela agência oficial saudita SPA.
"Todas as medidas políticas, econômicas e legais necessárias serão adotadas de maneira apropriada e no momento apropriado, para preservar os direitos, a segurança e a estabilidade dos nossos quatro países", acrescenta a declaração.
A lista com 13 exigências inclui que Doha suspenda seu apoio à Irmandade Muçulmana, acabe com a rede de televisão Al Jazeera, reduza suas relações diplomáticas com o Irã e feche uma base militar turca em seu território.
Arábia Saudita e seus aliados romperam relações diplomáticas com o Catar no dia 5 de junho, acusando o pequeno emirado de apoiar "o terrorismo" e manter relações excessivamente estreitas com o Irã, o grande adversário da Arábia Saudita no Oriente Médio.
O grupo impôs sanções econômicas ao Catar, chegando inclusive a fechar sua única fronteira terrestre.
Os quatro países lamentaram "a resposta negativa" de Doha e suas condições para por fim à crise, e retificaram suas sanções.
Segundo o ministro egípcio das Relações Exteriores, Sameh Shukri, que falou em nome do grupo, a resposta negativa de Doha "reflete a falta de compreensão da gravidade da situação" por parte do Catar.
O ministro saudita das Relações Exteriores, Adel Al Jubeir, declarou que o "boicote continuará". "Tomaremos as medidas no momento apropriado".
"Já não é possível tolerar o papel sabotador que desempenha o Catar" nos conflitos regionais, disse Al Jubeir.
O grupo acertou celebrar "sua próxima reunião em Manamá", capital de Barein, em data ainda não determinada.
Já o Catar "segue defendendo o diálogo", disse em Londres seu ministro das Relações Exteriores, xeque Mohamed bin Abdulrahman.
"O Catar está disposto a iniciar um processo de negociação, com base na garantia de sua soberania", acrescentou o chanceler.