A aliança curdo-árabe apoiada por Washington conquistou um novo bairro em Raqa, mas, no momento, tenta apenas consolidar suas posições frente à feroz resistência do grupo Estado Islâmico (EI) na cidade síria - relatam um combatente e a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
De acordo com o Observatório, na quinta-feira (13) à noite, as Forças Democráticas Sírias (FDS) tomaram do EI o bairro de Batani, no leste do principal reduto da organização extremista na Síria.
Além disso, "lançaram uma ofensiva contra o bairro vizinho de Rmeila", disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, acrescentando que o EI recorreu a drones, franco-atiradores e bombas durante os combates.
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Armamento
Os extremistas também lançaram veículos cheios de explosivos para conter o avanço das tropas, contou um dos combatentes das FDS estacionadas perto de Rmeila.
"Estão enviando carros-bomba para nossas posições e colocam minas conforme vão recuando", disse o combatente, de 30 anos, identificando-se apenas como Abu.
Segundo ele, os civis "não podem se deslocar. Não podem fugir durante o dia por causa dos franco-atiradores".
Ainda de acordo com seu relato, sua unidade conseguiu abrir um caminho seguro para os residentes de Rmeila, presos em meio aos combates.
Abdel Halim Olaywi, um morador de 56 anos, conseguiu escapar por essa via, mas sua irmã, não.
"Há dez dias, um bombardeio atingiu nossa casa [...] Minha irmã foi ferida no estômago. Morreu seis dias depois", lamentou, garantindo que havia tentado fugir várias vezes com sua família.
Segundo o diretor do OSDH, o Estado Islâmico conseguiu conter o avanço das FDS em Raqa, principalmente na Cidade Velha.
"As FDS têm dificuldade para manter as novas posições na Cidade Velha por causa dos franco-atiradores e do aumento dos ataques com drones", acrescentou.