Tensão

Rússia denuncia 'guerra econômica' iniciada pelos EUA

Primeiro ministro da Rússia disse que sansões dos EUA marcam o "fim da esperança" na melhora da relação entre os dois países

AFP
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Publicado em 03/08/2017 às 8:12
Foto: Alexander Zemlianichenko/AFP
Primeiro ministro da Rússia disse que sansões dos EUA marcam o "fim da esperança" na melhora da relação entre os dois países - FOTO: Foto: Alexander Zemlianichenko/AFP
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A Rússia denunciou uma "guerra econômica" iniciada por Washington depois que o presidente americano Donald Trump promulgou na quarta-feira novas sanções contra Moscou. 

As sanções reclamadas pelo Congresso dos Estados Unidos são uma "declaração de guerra econômica total contra a Rússia e marcam o fim das esperanças russas para uma melhora nas relações com a nova administração americana", escreveu o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, no Facebook. 

"A administração Trump mostrou sua total fragilidade ao ceder o Poder Executivo ao Congresso da forma mais humilhante". 

O jornal popular Komsomolskaia Pravda fez a mesma interpretação de Medvedev: "Não se trata mais de sanções, e sim de saber quem é o verdadeiro dono da casa em Washington". 

"A melhora nas relações com a Rússia se torna agora uma questão de vida ou morte para o 45º presidente americano. Se não conseguir dizer 'não' à oposição, o próximo projeto de lei poderia ser uma moção de censura contra ele", completa o jornal russo. 

Sanções

Trump promulgou na quarta-feira as novas sanções econômicas contra a Rússia, mas se distanciou do texto, que considerou "muito imperfeito" e que dificulta sua intenção de avançar nas relações com Moscou. 

Os congressistas americanos aprovaram as sanções por ampla maioria na semana passada e Trump decidiu acatar a decisão, já que o Congresso poderia derrubar seu veto com facilidade ao reunir dois terços do voto a favor da lei na Câmara de Representantes e no Senado. 

"Ao limitar a margem de manobra do Executivo, esta lei impõe obstáculos à capacidade dos Estados Unidos de fechar bons acordos para o povo americano e vai aproximar a China, Rússia e Coreia do Norte", declarou Trump. 

As novas sanções, que afetam sobretudo o setor de energia da Rússia, punem Moscou pelas suspeitas de interferência russa nas eleições americanas de 2016, assim como pela anexação da Crimeia e suas ações no leste da Ucrânia, onde, segundo vários países ocidentais, ajuda os separatistas que enfrentam o governo de Kiev. 

A Rússia denunciou uma medida "perigosa que poderia minar a estabilidade" no mundo e não descartou "outras medidas de retaliação". 

A lei também impõe novas sanções contra Irã e Coreia do Norte. O teerã afirmou que o acordo sobre seu programa nuclear, assinado com as grandes potências, foi "violado" e afirmou que "reagirá de maneira apropriada" à votação no Congresso americano. 

Antes mesmo de Trump assinar a lei, Moscou já havia anunciado uma redução drástica da presença diplomática americana em seu território. A partir de setembro, Washington terá que diminuir em dois terços o número de funcionários em sua embaixada e nos consulados. 

A chegada de Trump à Casa Branca gerou a expectativa de uma relação melhor entre Washington e Moscou, que não aconteceu, sobretudo depois das acusações de interferência russa nas eleições americanas e das suspeitas de conluio entre a equipe de campanha do republicano e Moscou. 

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