O chanceler mexicano, Luis Videgaray, respondeu ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, chamando-o também de "covarde" depois que o sul-americano criticou o presidente mexicano Enrique Peña Nieto no contexto da divulgação da conversa telefônica com Donald Trump.
"Covarde é quem usa o poder do Estado para desmantelar a democracia e atacar próprio povo", escreveu na noite de quinta-feira (3) Videgaray em sua conta oficial do Twitter.
A reação de Videgaray aconteceu depois que Maduro chamou Peña Nieto de "covarde" e "empregado maltratado" do presidente dos Estados Unidos.
O chanceler mexicano se referiu em sua mensagem à profunda crise política e econômica que sacode a Venezuela, com protestos cotidianos contra o governo, que deixaram 125 mortos.
Em um comunicado nesta sexta-feira (4), a chancelaria se referiu às "lamentáveis declarações recentes de seu presidente" Maduro, mas reitera que apesar disso manterá seu embaixador em Caracas.
A chancelaria reiterou que continuará promovendo, respeitando a soberania da Venezuela, "uma negociação política sincera que conduza a uma reconciliação nacional".
Confirmou ainda que Videgaray participará na reunião de chanceleres convocada pelo Peru para 8 de agosto para discutir a situação na Venezuela.
Em meio a crise, Maduro convocou uma polêmica Assembleia Constituinte, cujos membros foram eleitos no domingo em meio a violentos protestos e foi instalada nesta sexta-feira.
O jornal americano The Washington Post publicou na quinta o que assegura ser a transcrição de um telefonema entre Peña Nieto e Trump, realizada no final de janeiro passado.
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Muro
Na ligação, Peña Nieto reiterou que o México, por uma questão de "dignidade" e "orgulho nacional", não pagará pelo polêmico muro fronteiriço que Trump pretende construir Trump. O presidente americano pressionou Peña Nieto a não manifestar essa rejeição na mídia.
Para Maduro, a atitude de Peña Nieto "dá vergonha" e ele parece um "empregado maltratado" de Trump.
O México, um dos países mais críticos ao governo de Maduro, promoveu na Organização de Estados Americanos (OEA) uma reunião de chanceleres para discutir a crise política venezuelana.