David Smolansky, prefeito do município de El Hatillo, na região de Caracas, foi condenado nesta quarta-feira a 15 meses de prisão pelo Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ), com a perda de seus direitos políticos.
Ao final de uma audiência de sete horas, à qual Smolansky não esteve presente, o prefeito foi condenado por "desacato" e "falta absoluta", tendo sua "inabilitação política" além dos 15 meses de prisão.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Smolansky convocou protestos em "todas as ruas do município" contra a sentença do TSJ, que qualificou de "paredão político dos prefeitos".
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Na madrugada de terça-feira, o TSJ já havia imposto uma pena idêntica a Ramón Muchacho, prefeito de Chacao, outro bastião opositor de Caracas.
Os dois integram o grupo de prefeitos que o TSJ ameaçou com prisão por não impedirem bloqueios de ruas durante os protestos contra o presidente Nicolás Maduro, que nos últimos quatro meses já deixaram 125 mortos.
"Somos condenados por fazer nosso trabalho, por garantir o legítimo direito de protestos pacíficos", declarou Muchacho na terça-feira nas redes sociais.
Os prefeitos alegam ainda que a polícia municipal não tem o dever de reprimir protestos.
Intervenção
O TSJ ordenou aos serviços de Inteligência que emitam um alerta de captura contra os dois condenados e o transmitam à Interpol".
Em 28 de julho passado foi detido Alfredo Ramos, prefeito do município de Iribarren (estado de Lara), também por ordem do TSJ.
Em 2014, durante outra onda de protestos contra Maduro, que causou 43 mortes, prefeitos opositores como Enzo Scarano e Daniel Ceballos foram destituídos e presos, acusados de permitir atos de violência.
Scarano foi solto, após passar 10 meses na prisão, e Ceballos permanece detido.