TERRORISMO

Ataque terrorista a restaurante em Burkina Faso deixa 18 mortos

O número total de envolvidos no ataque não foi determinado até o momento

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Publicado em 14/08/2017 às 13:20
Foto: Ahmed OUOBA / AFP
O número total de envolvidos no ataque não foi determinado até o momento - FOTO: Foto: Ahmed OUOBA / AFP
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Um ataque no domingo (13) à noite contra um restaurante na capital de Burkina Faso, Uagadugu, deixou 18 mortos - informou o governo nesta segunda-feira (14).

De acordo com o ministro burquinense da Comunicação, Remis Dandjinou, o "ataque terrorista" contra o restaurante Istambul também deixou vários feridos e terminou na morte dos dois criminosos.

O número total de envolvidos no ataque não foi determinado até o momento.

"Segundo testemunhas, pelo menos dois criminosos chegaram de moto às 21h (hora local), armados com fuzis kalashnikov, e abriram fogo contra o restaurante Istambul", declarou um policial à AFP, pedindo para não ser identificado.

Um garçom do restaurante contou ter visto quando "três homens desceram de um jipe às 21h30 e abriram fogo contra os clientes" do Istambul.

Localizado na importante avenida Kwame Kkrumah da capital, o restaurante é muito frequentado por expatriados e por estrangeiros. No momento da ação, os clientes assistiam a uma partida de futebol na televisão.

O ministro da Comunicação informou que as operações de "rastreamento e de verificação de imóveis adjacentes" prosseguiam nesta segunda-feira.

A troca de tiros chegou ao fim às 5h locais (2h, horário de Brasília).

Em mensagem no Twitter, o presidente de Burkina Faso, Roch Marc Christian Kaboré, condenou o atentado na capital do país.

"Condeno na forma mais enérgica o abjeto atentado que cobriu Uagadugu de luto", tuitou.

"A luta contra o terrorismo é um combate muito longo, mas Burkina Faso vai superar esta adversidade porque seu povo corajoso vai resistir sem concessão ao terrorismo", completou.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também condenou o "ataque terrorista" e informou que conversará com Kaboré nas próximas horas. Burkina Faso foi colônia francesa até 1960.

O ministro Dandjinou mencionou vítimas "de diferentes nacionalidades", mas sem revelar os países.

Ao menos uma pessoa de nacionalidade francesa e outra de nacionalidade turca estão entre os mortos, de acordo com os respectivos governos.

O restaurante Istambul fica a 200 metros do café Cappucino, alvo, em janeiro de 2016, de um violento ataque extremista. Esse ato foi reivindicado pela Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI) e deixou 30 mortos e 71 feridos - estrangeiros em sua maioria.

Ação das forças de segurança

Depois de isolar a área do restaurante, as forças de segurança iniciaram uma operação às 22h15 locais contra os criminosos entrincheirados no restaurante.

Intensos no início da ação, os tiros se tornaram esporádicos após algumas horas.

Um vídeo publicado no Twitter mostra várias pessoas correndo e gritando pelas ruas. Poucos segundos depois ouvem-se disparos.

Na manhã desta segunda-feira, o perímetro ao redor do restaurante permanecia fechado. Uma unidade especializada da Polícia foi enviada ao local para coletar evidências para a investigação, assim como amostras dos corpos, para iniciar a identificação das vítimas.

Os feridos foram levados para o hospital Yalgado Ouedraogo.

"Estamos lotados", admitiu um cirurgião, que pediu anonimato à AFP. 

"Recebemos uma dezena de feridos. Três deles morreram. A situação de outros feridos é muito crítica", completou.

O prefeito de Uagadugu, Armand Béouindé, anunciou que o ministro da Segurança, Simon Compaoré, e o ministro da Energia, Alpha Omar Dissa, seguiram para o local do ataque.

País que tem fronteira com Mali e Níger, Burkina Faso foi palco de vários ataques extremistas desde 2015.

O mais violento, em janeiro de 2016, teve como alvos o hotel Splendid e o café Cappuccino, com um balanço de 30 mortos.

Em dezembro do mesmo ano, 12 soldados forma mortos em uma ação contra um regimento na região norte do país. Dois meses antes, quatro militares e dois civis morreram em um ataque.

Esse país do oeste da África, pobre e sem acesso ao mar, repetiu diversas vezes a necessidade de trabalhar para "lutar contra o terrorismo" em conjunto com a vizinha Costa do Marfim, também afetada por um atentado em 2016 que deixou 19 mortos.

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