O referendo sobre a independência do Curdistão afeta a luta contra o grupo Estado Islâmico (EI), já que desvia a atenção dos combatentes árabes e curdos, aliados até agora contra os extremistas, avaliou nesta quinta-feira (28) o porta-voz da coalizão internacional, coronel Ryan Dillon.
"O objetivo, que era como um raio laser dirigido contra o EI, já não é mais 100%", indicou o responsável americano durante uma videoconferência no Pentágono.
"Há muitas posições que são tomadas, muitas coisas que são ditas sobre o que pode acontecer", acrescentou. "O referendo teve um efeito sobre a missão global, que é derrotar o EI no Iraque".
Bagdá
Bagdá anunciou nesta quinta-feira (28) a suspensão, a partir de sexta, de todos os voos internacionais de e para o Curdistão, uma medida de represália após o referendo realizado na segunda-feira pelos curdos sobre a independência, apesar da oposição do governo iraquiano.
As Forças Democráticas Sírias (FDS), que lutam para recuperar os últimos redutos extremistas em Raqa, a "capital" de fato do EI no norte da Síria, são compostas por combatentes árabes e curdos.
No Iraque, as forças curdas são aliados-chave da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, e com sua ajuda conseguiram retirar os extremistas das zonas fronteiriças do Curdistão.
Os peshmergas, combatentes curdos, participaram da batalha na província de Nínive, onde fica Mossul, reconquistada em 10 de julho pelas forças iraquianas.