Depois de seis semanas de crise secessionista aguda na Catalunha, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, anunciou neste sábado a intervenção no governo regional catalão, dominado por separatistas.
Leia Também
- Governo e oposição concordam com eleição em janeiro na Catalunha
- Constituição permite a Madri assumir competências da Catalunha
- Governo da Espanha avança para intervenção da autonomia da Catalunha
- Governo espanhol cogita suspensão da autonomia da Catalunha
- Quase 700 empresas tiram sede da Catalunha em outubro
- Tribunal espanhol decide que plebiscito da Catalunha é ilegal
- Protestos na Catalunha contra a prisão de líderes independentistas
- Crise na Catalunha: pontos-chave das cartas de Rajoy e Puigdemont
- Suíça diz que não há condições para mediar diálogo entre Espanha e Catalunha
- Espanha diz que Catalunha pode sofrer recessão por impasse político
- Aliados do governo da Catalunha querem proclamação da independência
- Itamaraty pede diálogo entre Espanha e Catalunha
O Parlamento regional será dissolvido, o governador Carles Puigdemont será afastado de suas funções, assim como seu vice, e novas eleições regionais serão convocadas, em data ainda a ser definida.
Depois de já ter assumido o controle das finanças da região autônoma, Madri assumirá o controle sobre novas áreas administrativas, ainda não descritas.
FIM DO GOVERNO CONSTITUÍDO
Embora o premiê tenha afirmado que as ações não resultam na perda da autonomia da Catalunha, na prática o governo regional hoje constituído deixa de existir legalmente. A decisão foi tomada após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros que perdurou por mais de duas horas pela manhã. A portas fechadas, o gabinete de Rajoy deliberou sobre que medidas adotaria entre as previstas no artigo 155.
Uma hora mais tarde, o primeiro-ministro convocou a imprensa espanhola e internacional ao Palácio de Moncloa para anunciar sua decisão. (Andrei Netto, correspondente)