Nikolas Cruz, réu confesso da chacina no mês passado em uma escola da Flórida, foi acusado formalmente nesta quarta-feira (7) de 34 crimes: 17 homicídios e 17 tentativas de homicídio, informou a promotoria.
Um grande júri do condado de Broward, no sul da Flórida, acusou Cruz de 17 crimes de homicídio qualificado pelas 17 vítimas fatais no massacre cometido na escola Marjory Stoneman Douglas, em Parkland - ao norte de Miami -, em 14 de fevereiro passado.
As outras 17 acusações por tentativa de homicídio qualificado se referem aos 17 feridos no ataque a tiros, segundo um comunicado do promotor estatual Michael Satz.
No dia de São Valentim, Cruz atirou contra estudantes e professores com um fuzil semiautomático AR-15, também usado em outros ataques a tiros similares nos EUA. Foi capturado tentando fugir.
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Os estudantes de Parkland iniciaram um dia depois o movimento "Nunca mais", identificado pela hashtag #NeverAgain, para exigir dos políticos que tomem medidas com vistas a resolver o problema destes ataques trágicos nos Estados Unidos.
Só na Flórida, em menos de dois anos ocorreram três ataques a tiros de grande repercussão: um em Orlando, onde morreram 49 pessoas, outro no aeroporto de Fort Lauderdale, onde morreram cinco, e o último em Parkland.
Lei que restringe o acesso às armas de fogo
Nesta quarta-feira, a Câmara de Representantes da Flórida aprovou uma lei que restringe o acesso às armas de fogo e prevê armar inspetores e alguns professores para que defendam seus alunos em caso de ataque.
Após passar no Senado por estreita margem, a "lei de segurança pública Marjory Stoneman Douglas" - nome de uma estudante atacada em 14 de fevereiro - foi aprovada por 67 votos contra 50 na Câmara de Representantes estadual.
A medida precisa ser firmada pelo governador republicano da Flórida, Rick Scott, para entrar em vigor.
A lei 7026 eleva de 18 para 21 anos a idade mínima para a compra de armas, proíbe os "bump stocks" (dispositivos que permitem armas semiautomáticas disparar rajadas) e reforça as medidas de avaliação psicológica dos compradores; mas não suspende a venda de fuzis de assalto como o utilizado no ataque.
No sentido contrário, a medida prevê um "programa de vigilantes" voluntários armados destinado a "prevenir ou reprimir incidentes de agressores ativos em instituições educativas".
Na prática, concederá treinamento no manejo de armas e identificação psicológica a funcionários das escolas dispostos a trabalhar armados nas instituições.
Os professores que atuam apenas nas salas de aula não poderão participar, exceto os que tenham experiência como militar ou agente da lei.
"A medida tinha boas coisas, mas vocês (os republicanos) a destruíram com esta coisa que chamam de lei dos vigilantes", disse o representante democrata John Cortes.