A Venezuela criou uma polícia migratória para reforçar o controle na fronteira com a Colômbia, para onde milhares de pessoas migraram nos últimos anos devido à crise econômica, anunciou o governo nesta sexta-feira (5).
"A polícia migratória começa a atuar imediatamente", disse a vice-presidente do país, Delcy Rodríguez.
Ela informou que este novo órgão administrativo assumirá os 72 pontos de controle existentes nos portos, aeroportos e áreas de fronteira.
Reforçará "os controles que já existem, como um órgão especializado, para lidar com a realidade na fronteira", acrescentou, aludindo ao território de 2.200 km inter-fronteiriço com a Colômbia.
Rodríguez insistiu que a Venezuela é "vítima de uma campanha de falsidades" pelo país vizinho "para justificar algo que nunca acontecerá: uma intervenção internacional".
A vice-presidente assegurou que, enquanto a Colômbia contabiliza oito milhões de deslocados internamente devido ao seu conflito armado, "a Venezuela é uma campeã na recepção de migrantes".
O governo de Nicolás Maduro diz que na Venezuela vivem cerca de seis milhões de colombianos, mas o serviço migratório da Colômbia afirma que existem cerca de 900.000.
Emigração
Embora a ONU aponte para 1,9 milhão o número de venezuelanos que emigraram desde 2015, na esteira do colapso econômico, Maduro nega que na Venezuela haja uma crise migratória.
Também nega que haja uma emergência humanitária devido à escassez crônica de alimentos e remédios e à hiperinflação que caracteriza o desastre.
Com a nova polícia "avançamos na defesa e preservação da soberania, consolidação da segurança cidadã e controle da imigração para que a verdade seja imposta e não as mentiras imperiais que Washington quer vender ao mundo", disse Rodríguez.