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Ataque de Trump a Macron esfria relação entre os dois presidentes

Trump criticou Macron e o ridicularizou, destacando no Twitter, seu ''nível muito baixo'' de popularidade

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Publicado em 13/11/2018 às 21:03
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Trump criticou Macron e o ridicularizou, destacando no Twitter, seu ''nível muito baixo'' de popularidade - FOTO: Foto: LUDOVIC MARIN / AFP
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O presidente americano, Donald Trump, voltou a criticar, nesta terça-feira (13), seu contraparte francês, Emmanuel Macron, por sugerir a criação de um Exército europeu e o ridicularizou, destacando no Twitter, seu "nível muito baixo" de popularidade.

Trump criticou a sugestão de Macron em uma série de tuítes matutinos, ao mesmo tempo em que retomou o ataque frequente de que os aliados europeus dos Estados Unidos na Otan gastam pouco em defesa, particularmente a Alemanha.

"Emmanuel Macron sugere construir seu próprio Exército para proteger a Europa dos EUA, da China e da Rússia. Mas foi a Alemanha na Primeira & Segunda Guerra Mundial. Como isso acabou para a França?", tuitou o presidente americano.

"Em Paris estavam começando a aprender alemão antes que os EUA chegassem. Paguem pela Otan, ou não!", acrescentou.

O ataque contra um aliado tradicional, a quem Trump estendeu o tapete vermelho em Washington no começo do ano, ocorreu apenas dois dias depois de o presidente americano se unir a uma dezena de líderes mundiais, em Paris, para comemorar os 100 anos do fim da Primeira Guerra Mundial.

Em seguida, Trump voltou às investidas. "O problema é que Emmanuel tem um nível muito baixo de aprovação na França, de 26%, e uma taxa de desemprego de cerca de 10%", tuitou.

"Não há país mais Nacionalista que a França, um povo muito orgulhoso e com razão!", acrescentou, para então emendar: "DEVOLVAM A GRANDEZA À FRANÇA!"

A Presidência francesa se negou a comentar as críticas de Trump, mas um conselheiro diminuiu a importância da rajada de tuítes, avaliando que foram "escritos para os americanos".

"Não cabe a nós comentar conteúdos destinados aos seus cidadãos", afirmou.

A chanceler alemã, Angela Merkel, fez nesta terça-feira um apelo similar ao do presidente francês, incentivando o trabalho por um "verdadeiro Exército europeu".

"Já conseguimos uma cooperação militar que é boa e continuaremos apoiando-a, mas o que devemos fazer (...) é trabalhar visando criar algum dia um verdadeiro Exército europeu", disse Merkel no Parlamento Europeu, reunido em Estrasburgo (França).

"Mal-entendido"

Trump e Macron pareciam compartilhar uma camaradagem especial nos primeiros dias de suas respectivas presidências, mas a relação deu uma guinada drástica no fim de semana.

Macron provocou a irritação de Trump ao declarar que a Europa precisava de seu próprio Exército e ao situar os Estados Unidos junto a China e Rússia como ameaça à segurança da Europa.

O presidente francês recebeu Trump no sábado, antes das cerimônias comemorativas pelo fim da Primeira Guerra Mundial, em uma tentativa de aplacar a tensão depois de o presidente americano considerar como "insultantes" estas declarações.

Em entrevista à CNN, após seu encontro com Trump, Macron disse que ambos falaram sobre o que seu governo considera ter sido um mal-entendido.

Os dois concordam que a carga da Otan deveria ser melhor distribuída, no sentido de que a Europa deveria se recostar menos nos Estados Unidos para gastos com sua defesa, disse Macron.

Mas o presidente francês disse à CNN: "para ser direto com vocês, o que não quero é ver os países da Europa aumentando os gastos de defesa para comprar armamento ou outros materiais americanos".

Funcionários de Washington destacaram que seu governo está completamente comprometido com a Otan, apesar dos comentários de Trump.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, alertou na segunda-feira contra um fortalecimento da defesa da Europa às custas da Aliança Atlântica.

"Enalteço os esforços da União Europeia no campo da defesa (...) porque é positivo que os aliados europeus tenham mais capacidade, trabalhem de forma mais estreita", mas "não comemoramos que a UE comece a desenvolver estruturas duplas", disse o norueguês em um fórum Otan-Indústria em Berlim.

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