O Partido dos Trabalhadores vai sustentar a posição de inocência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e manter seu nome como o indicado para a eleição de outubro deste ano, de acordo com a ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo ela, não há plano B dentro da legenda. "Querem que o PT tire Lula do jogo e coloque outro candidato. Isso faz parte de um processo de golpe, mas vamos sustentar posição de inocência de lula, mas o PT vai sustentar posição de inocência de Lula", afirmou em Londres, onde encerra o primeiro dia do Brazil Forum UK. Para a petista, Lula participará do pleito, no mínimo, como uma referencia. "Ele é a ideia de unidade das forças progressistas no Brasil", resumiu.
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Dilma também disse que conversou com Jacques Wagner sobre ele ter declarado que o partido poderia compor chapa com outro partido. "Ele me disse que ele não falou aquilo", relatou. Em tempos normais, segundo a ex-presidente, o PT deve cogitar apoiar outro partido, até para que haja outros candidatos em outros momentos. "Mas esta não é a posição do partido neste momento e o Jacques Wagner disse que não é a dele também", afirmou.
Duas horas de discurso
Em discurso de duas horas, a potencial candidata a senadora disse que a intenção é que ela e Lula façam como "nas Olimpíadas" e passem o bastão para a nova geração. Segundo ela, vão surgir lideranças de "vários lugares". A intenção, explicou, é transferir a responsabilidade para alguém com 40, 50 ou 60 anos. "Porque nós temos 70, né querido?"
Neste momento, era para ser iniciado o momento de perguntas e respostas para a plateia, mas o mediador é que havia feito o questionamento sobre Wagner e alguém do público gritou "passa", no sentido de passar o microfone aos participantes do evento. Dilma entendeu, porém, que ele estava se referindo a ela passar o bastão adiante e respondeu: "Passo não, querido, estou em plena forma. Enquanto Lula estiver preso, não passo bastão de jeito nenhum".