O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, sinalizou ontem com a possibilidade de o ex-prefeito de Curitiba Luciano Ducci ser indicado para a vaga de vice caso a sigla decida por uma aliança com o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT). A declaração de Siqueira, ocorreu após o ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda (PSB) rejeitar ser candidato a vice-presidente e tratar como “decisão final” a candidatura ao governo de Minas Gerais.
O movimento de Lacerda, amigo pessoal de Ciro, ocorre depois que voltou a ganhar força a tese de um entendimento entre PT e PSB para rifar as candidaturas do ex-prefeito de Belo Horizonte e da vereadora do Recife Marília Arraes (PT) em prol de facilitar as reeleições dos governadores de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e de Minas, Fernando Pimentel (PT). Antes, o PT vinha pressionando o PSB por uma coligação nacional em troca de tirar Marília da disputa.
Leia Também
- PT negocia neutralidade do PSB em troca de acordos regionais
- Após convenção em Brasília, Rollemberg defende apoio do PSB a Ciro
- Se for preciso, vamos para o voto, diz Paulo sobre aliança presidencial do PSB
- PSB adia reunião do Diretório Nacional para discussão de alianças
- Lula ainda não notou disposição do PCdoB e PSB em aliança, diz Damous
- Líder do PSB na Câmara descarta candidatura própria
- Geraldo Julio sugere que decisão do PSB pode ficar para 5 de agosto
O PSB decide no próximo domingo se apoiará Ciro; se adere a campanha do ex-presidente Lula, como defende a ala pernambucana; ou se libera os estados para suas composições locais. Embora lideranças importantes busquem uma aliança com o PDT, o partido segue longe do consenso.
Em entrevista à Rádio Eldorado, o governador de São Paulo, Márcio França, reafirmou que defenderá uma aliança do PSB com o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB). Na semana passada, o PDT oficializou o apoio a França em São Paulo em busca de tentar convertê-lo para o projeto de Ciro. O PSB de Pernambuco conta com o apoio do governador paulista para conseguir a neutralidade no plano federal, o que enfraqueceria Ciro e ajudaria o projeto presidencial do PT.
“Nós não devemos ir com o PT. Acho muito improvável. Aqui no Sul e Sudeste não há chance de fazer acordo. E aqui tem número superior aos números do Nordeste. Nós não iremos para o PT. O que resta é isso mesmo. Vai com o Alckmin, vai com o Ciro ou lança um nome. Ou a neutralidade”, afirmou França ontem.
'Certo consenso'
Em entrevista à Rádio CBN, Carlos Siqueira disse que trabalha para tentar construir “certo consenso” em relação a corrida presidencial, mas que não haverá unanimidade no partido. Siqueira pretende chegar a uma posição até a sexta ou sábado e evitar uma votação na convenção nacional que ocorre no domingo pela manhã. Ele também revelou que, além do PDT, o PT também ofereceu a vaga de vice ao PSB.
O governador Paulo Câmara, que realiza sua convenção no domingo a tarde, estuda ir a Brasília e, depois, voltar ao Recife, no domingo. A logística ainda está sendo definida.
Ontem, PSB, PT, PDT e PCdoB se reuniram em Brasília sem conseguir fechar candidatura única ou, como alternativa, construir um pacto de não agressão no primeiro turno.
Presidente do PT-PE, Bruno Ribeiro atribuiu às “naturais especulações do momento atual” as discussões sobre a composição em Minas e Pernambuco e preferiu não comentar. Procurada através de sua assessoria, Marília não quis se pronunciar sobre as conversas sobre um eventual entendimento entre PSB e PT.