OPINIÃO

Lula seria o melhor condutor da saída da crise, diz Haddad

O candidato a vice-presidente pelo PT, Fernando Haddad, afirmou que acha difícil considerar Bolsonaro um candidato sério

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Publicado em 28/08/2018 às 16:34
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O candidato a vice-presidente pelo PT, Fernando Haddad, afirmou que acha difícil considerar Bolsonaro um candidato sério - FOTO: Foto: Nelson Almeida/ AFP
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O candidato a vice-presidente pelo PT, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira (28) a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que é "difícil" considerar Jair Bolsonaro, candidato pelo PSL, um "concorrente sério".

"Nossa convicção é de que o Lula seria o melhor condutor da saída da crise. Tem respaldo de quase 50% dos eleitores que pretendem votar", afirmou Haddad, após participar de atos de campanha no Rio.

Segundo Haddad, o apoio a Lula nas intenções de voto tem sido uma demonstração de que o PT poderia "derrotar o golpe moralmente". Por isso, "vários analistas já registraram que o Lula já ganhou as eleições".

"Resta agora o País ganhar as eleições. Para o País ganhar, o País tem que atender a recomendação da ONU", afirmou Haddad, se referindo à recomendação da Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas para que Lula seja autorizado a concorrer nas eleições. O governo Michel Temer e o PT divergem quanto à obrigatoriedade da recomendação. "Não é qualquer coisa, é um tratado aprovado pelo Congresso Nacional", disse Haddad.

Questionado sobre até quanto o PT manteria Lula como candidato, apesar de todas as indicações de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que a candidatura será impugnada, Haddad afirmou que o partido aguardará. "Vamos aguardar a decisão do TSE e do STF", disse o candidato a vice.

Ao comentar a disputa eleitoral, Haddad demonstrou preocupação com a falta de propostas de Bolsonaro, líder nas pesquisas de intenção de voto nos cenários sem o ex-presidente Lula. Segundo o ex-prefeito de São Paulo, quando perguntado sobre "qualquer coisa", Bolsonaro "não sabe responder".

"Quando ele parar de ofender e fizer propostas, talvez eu vá ter uma interlocução com ele", afirmou Haddad. "É muito difícil considerar Bolsonaro um concorrente sério", completou.

Influenciadores digitais

Haddad afirmou ainda que, "até onde foi possível" apurar, a Tesouraria do partido não usou seus recursos para pagar "influenciadores digitais" falarem bem de seus candidatos nas redes sociais.

A prática é proibida. Segundo resolução do TSE, "é vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet, excetuado o impulsionamento de conteúdos, desde que identificado de forma inequívoca como tal e contratado exclusivamente por partidos políticos, coligações e candidatos e seus representantes".

O caso envolvendo o PT foi denunciado pela influenciadora digital Paula Holanda, que afirmou em sua conta no Twitter ter sido procurada por uma representante da agência de marketing digital Lajoy. Segundo ela, a agência a convidou para participar de uma ação "de militância política para a esquerda". O governador do Piauí e candidato à reeleição Wellington Dias seria alvo da terceira ação, após as duas primeiras terem sido, segundo Paula, sobre a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-SC), e sobre o candidato do partido ao governo de São Paulo, Luiz Marinho.

"Apuramos ontem (segunda-feira) o que foi possível. Checamos com as tesourarias do partido", afirmou Haddad. "Não foi usado recurso do PT para qualquer fim como esse. Salvo melhor juízo, a resposta é essa", completou o candidato a vice.

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