A Odebrecht pagará 184 milhões de dólares à República Dominicana, o dobro do valor que admitiu entregar a funcionários públicos do país para a obtenção de obras, informaram nesta sexta-feira as autoridades.
A Procuradoria-Geral da República "obteve o compromisso formal de pagamento de 184 milhões de dólares, equivalente ao dobro dos 92 milhões que a própria empresa admitiu ter pago em subornos", revelou o procurador Jean Alain Rodríguez.
Rodríguez esclareceu que "a investigação não acaba com a inabilitação dos funcionários ou com a sanção econômica à empresa", e irá "até o último rincão para encontrar os que cometeram tais ações criminosas".
O procurador Rodríguez, que lidera as investigações e interrogou executivos da Odebrecht, funcionários e ex-funcionários públicos ligados à contratação de obras, pediu paciência aos que exigem justiça.
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"Estamos diante de um tema complexo. Temos o dever de respeitar os direitos dos potenciais envolvidos, assim como a responsabilidade de recolher evidências, como estabelece a lei", declarou Rodríguez.
Na semana passada, o gerente-geral da Odebrecht na República Dominicana, Marcelo Hofke, revelou a Rodríguez que o grupo entregou 92 milhões de dólares ao empresário Ángel Rondón entre 2001 e 2014.
Mas segundo Hofke, o empresário "recebeu os 92 milhões de dólares por um contrato de representação comercial".
De acordo com as investigações, os subornos foram pagos durante os governos dos presidentes Hipólito Mejía, Leonel Fernández e Danilo Medina.