Técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), conseguiram recuperar “em perfeito estado” todas gravações feitas na cabine do bimotor que caiu com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki e mais quatro pessoas na quinta-feira (19), em Paraty, no litoral do Rio. As gravações são dos últimos 30 minutos de voo.
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Também foram recolhidas no Departamento de Controle do Tráfego Aéreo (DECEA) as conversas mantidas entre o piloto e os controladores no período em que o avião estava passando pela área que é monitorada, antes de entrar na região sem cobertura de radar, nas proximidades de Paraty, onde o voo só pode ser feito de forma visual.
A caixa-preta tem “duas partes”. A primeira é o gravador em si, que armazena os dados da aeronave, que é altamente protegida, como estava preservada, já estava sob análise. Já a segunda que é a chamada “base”, que contém cabos e circuitos que fazem a ligação com o armazenamento de dados e a gravação das conversas foi a que foi “secada” e recuperada, com sucesso, pelos técnicos da FAB.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato, foram convocados pelo presidente Michel Temer, que pediu informações sobre a investigação que está sendo realizada pela Força Aérea Brasileira (FAB) e os prazos de conclusão dos trabalhos.
As primeiras informações repassadas ao presidente foram de que as condições climáticas eram ruins na hora do acidente, que chovia forte e que a falta de equipamentos de auxílio de instrumentos no aeroporto de Paraty aumenta os riscos da operação naquela região. Embora nada seja descartado, as informações repassadas ao Palácio do Planalto até agora são de acidente.
Temer pede celeridade nas investigações
Na conversa da manhã, Temer pediu “celeridade” às investigações, “sempre observando todas as regras e normas legais” exigidos.
Em conversa com o Estado, Rossato disse que a FAB tem o seu ritmo próprio para proceder o processo de investigação de acidentes aeronáuticos e que, no caso do desastre que matou Teori, o trabalho segue “o rito previsto”. “No Comando da Aeronáutica ninguém conclui por achismo. Conclui em cima de dados e fatos”, disse o brigadeiro, acrescentando que “a rapidez da conclusão do relatório depende dos dados disponíveis”.