Ministério da Justiça

Novo ministro da Justiça afirma que não irá interferir na Lava Jato

Em entrevista ao jornal O Globo, Osmar Serraglio (PMDB-PR) também declarou que não vê necessidade de corrigir o trabalho da PF no âmbito da Lava Jato

JC Online
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Publicado em 23/02/2017 às 20:53
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Em entrevista ao jornal O Globo, Osmar Serraglio (PMDB-PR) também declarou que não vê necessidade de corrigir o trabalho da PF no âmbito da Lava Jato - FOTO: Reprodução/ Facebook
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Em entrevista ao jornal O Globo, o recém-nomeado Ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR) declarou que não irá interferir na Operação Lava Jato e que não vê necessidade de realizar correções na maneira em que a Polícia Federal está trabalhando nas investigações ou no Ministério Público da Justiça. A PF é subordinada ao Ministério da Justiça.

"Não vou fazer nada em relação à Lava-Jato. Não cabe a mim interferir em algo que é conduzido por outro Poder, o Judiciário, e tem a investigação através do Ministério Público", declarou osmar Serraglio.

Na entrevista ao O Globo, Serraglio também negou qualquer interferência feita por ele para ajudar o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, quando esteve na presidência da Comissão de Constituição e Justiça. "Para ocupar espaços, é preciso mostrar a cara. Eu fiz isso sendo eleito primeiro-secretário e tinha sido candidato a presidente da CCJ, porque a vaga era do PMDB, mas o Eduardo Cunha cedeu o espaço para o PT no ano anterior. Eu fui forçando a barra, o Leonardo Picciani lançou o Rodrigo Pacheco e nós fizemos um acordo para eu ser presidente da CCJ em 2016. Não há essa interferência que insistem ter", afirmou.

Biografia

Aos 68 anos, Serraglio já conduziu a CPI dos Correios e, na época, aliado do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha, votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Osmar é natural de Erechim, no Rio Grande do Sul. Advogado e professor de direito, foi eleito em 2016 presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o mais importante colegiado da Casa, em meio ao processo que levou à cassação do mandato do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 

O nome de Serraglio passou a ser apontado por Temer somente após a recusa do ex-ministro Crlos Velosso, que deu preferência aos clientes do escritório de advocacia em Brasília.

A favor da quebra do sigilo de delações premiadas

Em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, no início do mês, o recém-nomeado ministro declarou ser favorável à quebra do sigilo de delações premiadas no âmbito da Operação Lava Jato. Na época, Serraglio afirmou que a abertura do sigilo facilita as investigações.

"Tem que abrir o sigilo. Quando você abre as janelas da colaboração, facilita a investigação", afirmou Serraglio, que preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, posto ao qual chegou no início de 2016, por indicação de Cunha.

Serraglio deu a declaração ao Broadcast Político ao comentar a escolha do ministro Edson Fachin como substituto do ex-ministro Teori Zavascki na relatoria dos processos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Teori morreu no último dia 19 de janeiro em acidente aéreo em Paraty, litoral do Rio de Janeiro.

Na ocasião, Serraglio disse não ver nenhum risco para a Lava Jato após a morte de Teori e elogiou a escolha de Fachin para a relatoria. "Ninguém segura a Lava Jato", disse o deputado, que foi relator da CPI dos Correios na Câmara, que investigou a compra de apoio de parlamentares ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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