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Jucá tinha 'relação próxima' com Odebrecht, diz delator

Delatores disseram que ele recebeu R$ 4 milhões por ter trabalhado pelos interesses do grupo junto ao poderes Legislativo e Executivo

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Publicado em 12/04/2017 às 9:14
Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil
Delatores disseram que ele recebeu R$ 4 milhões por ter trabalhado pelos interesses do grupo junto ao poderes Legislativo e Executivo - FOTO: Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil
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Marcelo Odebrecht e mais dois executivos da empreiteira afirmaram, em depoimentos à Procuradoria-Geral da República (PGR), que o senador Romero Jucá (PMDB-RR) recebeu R$ 4 milhões por ter trabalhado pelos interesses do grupo junto ao poderes Legislativo e Executivo. Jucá e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) são os mais citados, com cinco inquéritos.

Segundo os delatores, Jucá - que foi ministro do Planejamento de Michel Temer - sempre teve uma relação "próxima" ao Grupo Odebrecht. Ele teria pedido dinheiro após conseguir a aprovação, em 2012, da Resolução 72 no Senado, que acabou com incentivos fiscais locais e estabeleceu cota interestadual única de ICMS para produtos importados que, na época, eram mais baratos do que os mesmos produtos fabricados no Brasil. A iniciativa acabou com a chamada "guerra dos portos", segundo os depoimentos.

Antes de chegar a Jucá, Marcelo Odebrecht e Cláudio Melo Filho fizeram contatos com os ministros Guido Mantega, Jacques Wagner e Fernando Pimentel, e também com a presidente Dilma Rousseff. Com Jucá, ocorreram encontros da cúpula da Odebrecht com outros senadores e, assim, segundo os delatores, conseguiram a aprovação da resolução. O senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS) procurou um dos executivos para "cobrar" pelo seu empenho na aprovação da medida e recebeu R$ 500 mil.

Defesas

Ao Estado, Jucá disse: "Sempre estive e sempre estarei à disposição da Justiça para prestar qualquer informação". Afirmou ainda que teve todas as contas eleitorais aprovadas.

Já o senador Edison Lobão (PMDB-MA), segundo o executivo Henrique Serrano do Prado Valladares, recebeu R$ 5,5 milhões por favorecer o Grupo Odebrecht em uma licitação para concluir obras na Usina Hidrelétrica de Santo Antônio. O político, apelidado de "Esquálido", teve atuação decisiva para que a empresa Tractebel-Suez vencesse a licitação para a usina de Jirau, ambas integrantes do Projeto Madeira. Os pagamentos foram feitos em dinheiro e ocorreram na casa do filho do senador.

Por meio de seus advogados,Lobão repudiou mais uma vez o reiterado vazamento de informações sigilosas e esclareceu que está buscando o devido acesso legítimo e oficial a tais documentos perante o STF.

O deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) ganhou o apelido de "Viagra" na lista da Odebrecht. Segundo os executivos João Antônio Pacífico Ferreira e Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o parlamentar recebeu R$ 700 mil via caixa 2 na campanha para o governo de Pernambuco, em 2010. O pagamento foi feito pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, que indicam que Vasconcelos recebeu R$ 2 milhões. Nenhum funcionário do seu gabinete atendeu às ligações da reportagem.

Já o executivo Alexandrino de Salles Ramos de Alencar acusou o deputado federal Ônix Lorenzoni (DEM), relator das dez medidas anticorrupção, de receber R$ 175 mil via caixa 2 para sua campanha, em 2006. Antes, Alencar contou sobre um encontro com o deputado em que disse "nós gostaríamos de termos aí como um parceiro futuro nas suas atividades como deputado federal". O parlamentar negou as acusações e disse que nunca teve contato com executivos da Odebrecht.

O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, é acusado de ter recebido R$ 1 milhão via caixa 2 para as eleições de 2014.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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