Delação do Fim do Mundo

Lula, Aécio e Temer são os mais criticados na web após lista de Fachin

Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, a divulgação da lista de alvos de abertura de inquéritos foi percebida como uma 'bomba atômica'

JC Online
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Publicado em 13/04/2017 às 18:40
Foto: Beto Barata/ Presidência da República
Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, a divulgação da lista de alvos de abertura de inquéritos foi percebida como uma 'bomba atômica' - FOTO: Foto: Beto Barata/ Presidência da República
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o presidente Michel Temer foram os políticos mais criticados nas redes sociais nas primeiras 24 horas após a divulgação da lista de inquéritos abertos pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), a partir das delações realizadas pela empreiteira Odebrecht.

É o que diz uma recente análise feita pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas, centro de estudo da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ), feita com base em mais de 1 milhão de interações no Twitter e no Facebook após a divulgação da lista por reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. "A divulgação da lista de alvos de abertura de inquéritos foi percebida como uma 'bomba atômica'", ressalta o estudo.

Ao todo, foram 300 mil tuítes e 780 mil interações. "A polarização tradicional entre governo e oposição deu lugar à crítica geral ao sistema político", destaca a análise. Segundo a pesquisa da FGV-RJ, o jornal se destacou entre os perfis de mídia que se pronunciaram sobre o tema nas redes sociais.

Segundo o relatório, "Lula", "Aécio Neves" e "Michel Temer" são as únicas personalidades políticas a serem citadas no top 10 de temas nas interações feitas pelo Twitter. No Facebook, "Lula" aparece em segundo, atrás apenas de "Odebrecht" - já "Aécio Neves" aparece em sétimo, atrás de "PSDB", "Senado" e "Operação Lava Jato".

Quando a análise se restringe apenas a atores do cenário político, Lula novamente lidera em menções no Twitter - sozinho, o ex-presidente responde por 6,5% dos tuítes feitos nas primeiras 24 horas após a divulgação da lista de Fachin. O petista é seguido de perto por Aécio, que teve cinco inquéritos abertos, Temer e a ex-presidente Dilma Rousseff.

Em uma de suas últimas conclusões, o estudo destaca ainda que é cedo para medir se a lista de Fachin vai impactar a agenda de reformas do governo Michel Temer.

Judiciário

Enquanto representantes dos poderes Executivo e Legislativo foram postos em descrença nas redes sociais, o Poder Judiciário apareceu sob altas expectativas da população. "Uma falha da Justiça nesse sentido pode levar a um descrédito sistêmico nas instituições com efeitos imprevisíveis", avalia a análise da FGV-RJ.

Entre os principais atores do Judiciário citados nas redes sociais, está o juiz Sérgio Moro - único não-político no processo da Operação Lava Jato que aparece no top 10 de menções no Twitter. Outro que foi bastante lembrado foi o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, que julgou a Ação Penal 470, no caso do Mensalão.

Segundo a análise da FGV-RJ, Moro é um dos poucos atores que têm conseguido "capitalizar o momento de crise". Além do magistrado paranaense, destacam-se neste sentido também o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e o atual prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB).

Confiança

O estudo da FGV-RJ também considera que a lista de Fachin gerou novo capítulo do debate sobre a confiança nas instituições brasileiras. Horas após a divulgação da lista, as menções à "crise de confiança nas instituições" cresceram consideravelmente nas redes sociais.

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