A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou na noite desta quarta-feira (10) em Curitiba, em ato favorável ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o petista vai derrotar o "retrocesso" político do País em 2018.
Leia Também
- 'Procura-se vivo ou morto', protesta Lula a Moro em ataque à imprensa
- 'Estou vivo e me preparando pra ser candidato a presidente desse País', diz Lula em Curitiba
- 'Não quero ser julgado por interpretações, quero ser julgado por provas', diz Lula em Curitiba
- Redes sociais do Brasil refletem encontro Lula-Moro
- Após quase cinco horas, termina interrogatório de Lula
>> Veja os vídeos do interrogatório de Lula ao juiz Sérgio Moro
>> Saiba o que pode acontecer com Lula após o depoimento desta quarta
"Lula é líder importante que vai derrotar retrocesso de governo golpista", disse a ex-presidente, em fala antes de Lula começar a discursar. Dilma afirmou ainda que a manifestação é "a favor da democracia".
Segundo a Polícia Militar do Paraná, há cinco mil manifestantes no ato, que ocorre na Praça Santos Andrade.
Antes da fala dos ex-presidente, outros políticos de Lula discursaram.
No palanque, o senador Lindberg Farias (PT-RJ) voltou a acusar o juiz Sergio Moro de parcialidade na condução do processo.
Depoimento
Nesta quarta-feira (10), Lula foi interrogado por cerca de cinco horas na ação penal sobre o caso triplex. A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção - da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira por meio do triplex 164-A no Edifício Solaris, no Guarujá (SP), e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016. O petista é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção.
O Edifício Solaris era da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), a cooperativa fundada nos anos 1990 por um núcleo do PT. Em dificuldade financeira, a Bancoop repassou para a OAS empreendimentos inacabados, o que provocou a revolta de milhares de cooperados. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi presidente da Bancoop.
A ex-primeira-dama Marisa Letícia (morta em 2017) assinou Termo de Adesão e Compromisso de Participação com a Bancoop e adquiriu "uma cota-parte para a implantação do empreendimento então denominado Mar Cantábrico", atual Solaris, em abril de 2005.
Em 2009, a Bancoop repassou o empreendimento à OAS e deu duas opções aos cooperados: solicitar a devolução dos recursos financeiros integralizados no empreendimento ou adquirir uma unidade da OAS, por um valor pré-estabelecido, utilizando, como parte do pagamento, o valor já pago à Cooperativa.
Segundo a defesa de Lula, a ex-primeira-dama não exerceu a opção de compra após a OAS assumir o imóvel. Em 2015, Marisa Letícia pediu a restituição dos valores colocados no empreendimento.