O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) defendeu, em caso de afastamento de Michel Temer (PMDB) da presidência, que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Carmen Lucia, assuma o posto máximo do País. Para ele, seria um "gesto de grandeza" a renúncia dos dois nomes diretos na linha de sucessão - o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Em entrevista ao Jornal do Commercio, o senador afirmou que o presidente Michel Temer devia um pedido de desculpas ao País.
"Um é do presidente da Câmara e do presidente do Senado entenderem que nesse momento, eles não são as melhores pessoas para encaminharem a eleição indireta de um presidente. Eles entendam, continuem no cargo de presidente de cada Casa, mas que o presidente interino por um mês seria a presidente do Supremo", disse o senador, em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta segunda-feira (22).
Leia Também
- ''Temer precisa pedir desculpas ao País'', avalia Cristovam Buarque
- Para Cristovam Buarque, Lula foi o principal criador da Transposição
- Ninguém está livre de denúncia de caixa dois, diz Cristovam Buarque
- Cristovam Buarque acredita que Renan insista no pacote anticorrupção
- Favorável ao impeachment de Dilma, Cristovam Buarque é hostilizado no Senado
- Para Cristovam Buarque, Escola sem Partido deveria se chamar ''Escola com censura''
Outro "gesto de grandeza" citado pelo senador seria a "renúncia" de deputados e senadores para concorrer à presidência na eleição indireta, prevista na Constituição. "Podemos buscar um nome nesse País, e há alguns, que possam agarrar a direção do País por um ano e meio e, nesse período, coordenar a manutenção da economia na linha que vai e que estava se recuperando. Ou seja, blindar a economia, blindar a segurança pública. O vandalismo vai se generalizar no Brasil, é uma guerra civil sem controle, a raiva, a voracidade. A segurança pública e as forças armadas. E conduzirmos a escolha do novo presidente pela eleição indireta", acrescentou.
ECONOMIA E DEFESA
Nesse sentido de manter a economia e a segurança, Cristovam Buarque defendeu a permanência dos ministros Henrique Meirelles na Fazenda e Raul Jungmann na Defesa, que pertence ao mesmo partido do senador. "Essas duas áreas, ao meu ver, qualquer que seja o resultado de tudo isso, devem ser preservadas, blindadas. Não podemos levar essas duas áreas os nossos debates políticos. Temos que dar um tempo até o próximo presidente eleito diretamente", declarou.
"Se não houver confiança entre os consumidores e os investidores de que a política econômica vai seguir um certo rumo, não vou nem dizer qual, não vai funcionar. Vamos voltar à recessão, vamos voltar à inflação, o dólar vai estourar. O Meirelles hoje representa a estabilidade nas finanças na economia. Da mesma maneira que o Jungmann representa a estabilidade no que se refere à segurança pública, porque é o governo federal que ajuda os Estados, e na relação com as forças armadas", acrescentou Cristovam.