Os irmãos Joesley e Wesley Batista renunciaram aos postos de presidente e vice-presidente do conselho de administração da JBS, respectivamente. A decisão foi tomada na reunião do conselho realizada nessa sexta-feira (26) e foi motivada pelas delações dos executivos, que admitiram uma série de práticas de corrupção e atos ilegais cometidos na última década. Wesley Batista, no entanto, permanece na presidência executiva da empresa.
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Pelo acordo que os executivos firmaram com o Ministério Público Federal, ambos podem continuar na administração das empresas do grupo. Mas Joesley, além de sair da JBS, também não é mais presidente do conselho da J&F Investimentos, de onde foi afastado desde abril por decisão judicial no âmbito da Operação Greenfield, que investiga irregularidades nos fundos de pensão.
De acordo com comunicado enviado ontem pela empresa, os irmãos serão substituídos por Tarek Farahat na presidência do conselho e por José Batista Sobrinho, o pai de Joesley e Wesley, na vice-presidência.
Zé Mineiro, como é conhecido, foi fundador da JBS em 1953, quando iniciou o conglomerado com um pequeno açougue no interior de Goiás. Na década de 80, Zé Mineiro passou o comando da empresa para José Batista Júnior, seu primogênito. E, desde os anos 2000, o comando da empresa foi assumido por Wesley e Joesley quando mudaram o nome da Friboi para JBS, formando um império mundial.
SUBSTITUTO
Farahat já era membro do conselho e também desde 2015 ocupa o cargo de presidente global de marketing da JBS. O executivo, de origem egípcia, fez praticamente toda sua carreira na Procter & Gamble, empresa dona de marcas famosas como Ariel, de sabão em pó, Gilette, de higiene pessoal, e Pampers, das fraldas descartáveis.
Na Procter & Gamble, Farahat ficou durante 26 anos e ocupou cargos em vários países no mundo, espalhados pelo Oriente Médio, Europa e América Latina. De 2006 a 2012, foi presidente da P&G para América Latina e até 2015 era membro do conselho executivo da P&G mundial.
Farahat terá agora a missão de implementar um sistema de governança corporativa na JBS, que consiga recuperar a imagem perdida com as confissões de crimes feitas pelos irmãos Batista na delação premiada fechada com o MP.