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Temer confirma viagem a Rússia e Noruega na próxima semana

Michel Temer deve viajar na próxima segunda-feira, em meio à expectativa de apresentação da denúncia de Janot

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Publicado em 16/06/2017 às 20:45
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Michel Temer deve viajar na próxima segunda-feira, em meio à expectativa de apresentação da denúncia de Janot - FOTO: Foto: ABr
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O presidente Michel Temer confirmou viagem para Rússia e Noruega, a partir de segunda-feira, 19, exatamente na semana que se espera que o procurador Geral da República, Rodrigo Janot, apresente denúncia contra ele, na Câmara dos Deputados. Com a viagem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assume a Presidência da República.

A agenda da visita foi confirmada pelo porta-voz do Planalto, Alexandre Parola, que disse que Temer pretende atrair investimentos daqueles países para o Brasil, ampliando o comércio entre eles. O porta-voz enfatizou que o comércio com a Rússia cresceu mais de 40% nos cinco primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, "como reflexo da recuperação econômica nos dois países", embora Temer considere que "ainda está abaixo do seu potencial". O ponto alto da viagem será o encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, no dia 21, que também está sendo alvo de protestos em seu país.

Em seu discurso para os investidores dos dois países, além de mostrar que o governo continua disposto a dar prosseguimento às reformas trabalhista e previdenciária, entre outras, Temer falará dos novos programas a serem desenvolvidos pelo governo, como o projeto Crescer. Destacará ainda "o novo ambiente de negócios no País, de maior segurança jurídica". No caso da Rússia, o porta-voz lembrou o interesse daquele país na área de petróleo e gás, além de possibilidades de cooperação e investimento em setores como ferrovias e portos. Tanto para russos quanto para noruegueses, Temer defenderá reformas que modernizam a economia brasileira, sobre marcos regulatórios mais racionais e previsíveis e sobre as oportunidades de negócios daí decorrentes.

A Noruega, hoje, é o oitavo maior investidor estrangeiro no Brasil, com forte presença no setor de energia. Ainda em Oslo, segundo Parola, o presidente Temer "renovará o interesse do Brasil no acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), acordo cuja primeira rodada de negociações ocorreu neste mês de junho, em Buenos Aires".

Temer estará de volta a Brasília no dia 24 de junho, sábado. Até lá, O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, estará no comando do País. Temer e Maia já conversaram sobre estratégias para as próximas semanas, que dependerá de quando o procurador da República apresentará a denúncia contra o presidente da República. Se Janot demorar a apresentar a denúncia, o governo já trabalha com a possibilidade de suspender o recesso parlamentar previsto para meados de julho. É que o Planalto acha que a demora tem por objetivo também deixar o presidente "sangrando" durante o recesso parlamentar, que começa em meados de julho. Com isso, mesmo adiantando os prazos nas comissões, não daria tempo de o governo resolver a questão antes do enceramento dos trabalhos na Câmara.

O Planalto acredita que tem pelo menos 230 votos, número bem além dos 172 necessários para rejeitar a denúncia. Por isso mesmo, a ideia de suspender o recesso está em alta, para que o governo consiga acelerar as votações deste processo e encerrá-lo o mais rápido possível.

De acordo com o porta-voz, Temer retornará a Brasília no sábado da semana que vem. Durante a visita aos dois países, Temer quer dar "continuidade a sua diplomacia presidencial, voltada para a universalização de nossas relações externas e orientada por prioridades concretas da sociedade brasileira", além da promoção do crescimento e a geração de empregos.

Esta será a primeira visita bilateral de um chefe de Estado brasileiro à Rússia desde 2012. "A Rússia é um país-chave para o desenho e a configuração da ordem internacional. O diálogo estratégico entre os dois países é parte da defesa da diplomacia brasileira por uma ordem internacional mais multipolar. Os dois países já mantêm diálogo privilegiado em foros como o G20 e o Brics", disse o porta-voz.

No dia 21, Temer terá agenda de reuniões com altas autoridades do Executivo e do Legislativo russos. Além de Putin, com quem " retomará diálogo sobre temas das agendas bilateral e global", Temer manterá reuniões com o primeiro-ministro Dmitry Medvedev, com a Presidente do Conselho da Federação, Valentina Matvienko, e com o Presidente da Duma de Estado, Vyacheslav Volodin. "Em todas as oportunidades, o Presidente reiterará mensagem sobre o momento de recuperação econômica do Brasil e as oportunidades que se abrem para a intensificação dos fluxos de comércio e investimentos", afirmou. Parola lembrou ainda que "o Brasil fornece 60% dos produtos de carne importados pela Rússia - e há espaço para mais" e que, "há espaço para a diversificação das exportações brasileiras para o mercado russo".

Noruega

No dia 22, Temer desloca-se para Oslo e, neste mesmo dia, reúne-se com investidores noruegueses, a quem também falará das oportunidades abertas pelas reformas em curso no Brasil. No dia 23, o Presidente da República mantém encontro com Sua Majestade, o Rei Harald V, e com a Primeira-Ministra Erna Solberg. O presidente será também recebido pelo presidente do Parlamento, Olemic Thommessen. Segundo o porta-voz, entre os temas a serem examinados, destaca-se a parceria entre o Brasil e a Noruega em matéria de meio ambiente e combate à mudança do clima. "O presidente Michel Temer enfatizará o engajamento brasileiro no cumprimento do Acordo de Paris e ressaltará o significado que o Brasil atribui à participação da Noruega no Fundo Amazônia", observou Parola, após lembrar que o Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES, apoia, hoje, 89 projetos em áreas como combate ao desmatamento, regularização fundiária, e gestão territorial e ambiental de terras indígenas. São projetos geridos com a participação dos governos dos Estados amazônicos e da sociedade civil. Ele lembrou ainda que a Noruega é o principal financiador do fundo que, desde 2009, aportou para ele R$ 2,8 bilhões.

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