Presidente da comissão da reforma política na Câmara, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) disse que pretende aprofundar o debate sobre a "Emenda Lula", como ficou conhecido o artigo que, se aprovado, impedirá a prisão de candidatos até oito meses antes da eleição. A proposta foi revelada sábado (15) pela Coluna do Estadão.
O peemedebista alegou que não pode interferir no teor do relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP). Ele, porém, afirmou que não vai colocá-lo em votação antes da discussão. "Não pautarei o relatório antes de toda a polêmica ser amplamente debatida", disse Vieira Lima. Cândido afirmou ao Estado que não vai retirar o artigo do parecer, que deve começar a ser votado em 3 de agosto.
Para o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), a proposta é uma "desmoralização". Ele disse acreditar que a medida não passará no plenário. "Vamos tentar dissuadi-lo. Se (Cândido) não fizer a mudança, vamos derrubar."
Já o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), minimizou a polêmica dizendo que a emenda foi apresentada "muito tempo atrás", sem questionamento. "Isso para nós é uma questão secundária", afirmou o petista. Segundo ele, o importante é uma reforma política que traga solução para o financiamento das eleições, inclua uma cláusula de desempenho e coloque fim às coligações. Zarattini participou do programa Estadão às 5h, do estadao.com.br.
Um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, que veta candidatura de condenado em segunda instância, o advogado e ex-juiz Márlon Reis disse que é "injustificável" e chamou de "cavalo de Troia" a "Emenda Lula". Na semana passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão no caso do triplex e disse que pretende disputar a eleição de 2018. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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