Rede e PSOL protocolaram nesta segunda-feira, 17, duas representações na Procuradoria-Geral da República pedindo que o presidente Michel Temer seja investigado pela liberação de emendas parlamentares às vésperas da votação da denúncia contra ele na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
O senador Randolfe Rodrigues (AP) e os deputados Alessandro Molon (RJ) e Aliel Machado (PR), responsáveis pelo pedido da Rede, dizem que Temer aumentou em "quantidade desproporcional" a liberação de emendas em troca de apoio para barrar a denúncia na CCJ. Para eles, o presidente usa dinheiro público para comprar votos e obstruir a Justiça.
"Isso mostra que, de fato, Temer está tentando usar a máquina pública e o dinheiro público para obstruir a Justiça, contrariando o interesse da população, ferindo a Lei de Responsabilidade Fiscal e deixando de prestar serviços essenciais para a população", afirmou Molon em entrevista após entregar a representação.
‘Balcão de negócios’
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que a liberação de emendas se transformou em "balcão de negócios". "Caracterizam evidente compra de votos, com consequências de obstrução da Justiça, no caso. É nosso dever submeter à consideração do fiscal da lei", afirmou o deputado.
Repasses
De acordo com o levantamento do jornal O Estado de S. Paulo publicado no domingo, dos 40 deputados que votaram pela rejeição do parecer que recomendava a abertura de investigação contra Temer na comissão, 39 tiveram R$ 266 milhões em emendas parlamentares empenhadas. O montante corresponde ao período entre junho e as duas primeiras semanas de julho, às vésperas da votação na CCJ da Câmara.
Outro levantamento do Estado/Broadcast mostra que apenas nos 13 primeiros dias deste mês foram empenhados R$ 2 bilhões em emendas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
Leia Também
- Oposição diz que Maduro foi "revogado" com resultado de plebiscito na Venezuela
- Para Romero Jucá, oposição 'nunca' terá 342 votos contra Michel Temer
- Oposição prevê sangria do governo Temer até votação da denúncia
- Oposição diz que aceita votar denúncia se plenário ficar para agosto
- Oposição sugere mudanças em parecer de denúncia contra Temer
- Eunício dá ultimato para que senadoras da oposição permitam votação
- Oposição negocia aprovação de destaque à reforma trabalhista
- Senadores da base reclamam que oposição 'desrespeita' o Senado
- Oposição prepara ação no STF por volta da composição original da CCJ
- Votação da reforma trabalhista no Senado tem corte de energia após pressão da oposição