Apesar de ter quatro ministros no governo, o PSDB contabilizou 21 dos 47 deputados a favor da abertura da investigação de Michel Temer (PMDB) na sessão que apreciava a denúncia contra o presidente por corrupção passiva, nesta quarta-feira (2). O saldo da votação foi um PSDB cada vez mais dividido.
O deputado federal Daniel Coelho (PSDB), que vem fazendo duras críticas a sigla abertamente, afirmou não vê o seu desembarque da sigla como uma solução. Eu não vejo em sair do partido uma solução, porque as críticas que eu faço ao PSDB, se for analisar as críticas que eu faço a outros partidos de forma mais profunda. Fico até feliz que no PSDB estejamos divididos, pois metade do partido está pensando parecido comigo. Mas outros partidos estão no caminho da perdição, pelo menos o PSDB está no caminho da contradição”, contou.
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Segundo o tucano esse enfraquecimento não está restrito ao PSDB, e sim seria uma realidade de todos os partidos brasileiros, evidenciada na votação desta quarta. “Não tem hoje um partido brasileiro que esteja agindo com coerência a respeito de suas histórias e convicções. A votação expressa isso de forma ampla. Alguns partidos em clara contradição, dizem que Temer é inocente, mas Lula e Dilma têm todos os pecados do mundo. É uma esquizofrenia na política brasileira”, disse o deputado em entrevista no programa Passando a Limpo da Rádio Jornal nesta quinta-feira (3).
Parecer
Para Daniel Coelho, a escolha do deputado Paulo Abi-Akel (PSDB) como relator do parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi infeliz. "Isso foi encarado como parcela do partido como um ato de provocação", contou. O líder da bancada tucana, o deputado Ricardo Tripoli, encaminhou voto contrário ao parecer de Abi-Akel. Há divergências também com relação a uma possível volta do presidente afastado da sigla, Aécio Neves (PSDB-MG).